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Argentina tem de retirar barreira sobre frango brasileiro

Por Agencia Estado
Atualização:

A Argentina terá de retirar as barreiras ao frango brasileiro. Ontem, a Organização Mundial do Comércio (OMC) declarou, em um relatório preliminar, que o governo de Buenos Aires viola as regras internacionais ao aplicar uma medida antidumping contra o produto do Brasil. O protecionismo havia sido imposto em 2001 e, diante da insistência dos argentinos em manter a barreira, o Brasil decidiu levar o caso para o julgamento da OMC. Buenos Aires alegava que estabeleceu a barreira depois de constatar uma prática de dumping pelos exportadores brasileiros. O dumping é caracterizado quando o exportador vende seu produto ao exterior com um preço inferior ao praticado no país de origem. Diante da constatação, o governo afetado é autorizado a colocar uma sobretaxa, o que foi feito pelos argentinos. Mas o Itamaraty argumentava que o dumping não existia e não gerava danos aos produtores argentinos. O tema foi levado aos árbitros do Mercosul no ano passado, mas pelo fato das regras sobre a aplicação de medidas antidumping do bloco não estarem em vigor, na época, o laudo arbitral deu margem para que os argentinos continuassem com a barreira. O Itamaraty, não satisfeito com o resultado do laudo, levou o caso à OMC. O governo argentino tentou alegar que a Organização Mundial do Comércio (OMC) não tinha a competência jurídica para avaliar a disputa com o Brasil. Em um documento entregue aos árbitros da entidade, os argentinos apontaram que o caso sequer poderia ter sido tratado pela OMC, pois o tribunal arbitral do Mercosul já havia dado seu julgamento sobre as barreiras, favorável aos argentinos. Para muitos, porém, mais do que uma briga pela venda de frangos, a disputa é uma prova da fraqueza das instituições e compromissos do Mercosul. O tema chegou a ser tratado pelos presidentes dos dois países, no ano passado, que determinaram o fim das barreiras. Nem mesmo com ordens presidenciais, a medida foi revista pelos argentinos. De acordo com as regras da OMC, os argentinos poderão ainda apelar e arrastar o caso por mais alguns meses. O relatório definitivo sai em algumas semanas e deverá apontar as bases jurídicas da decião da OMC de condenar a lei argentina.

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