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Argentina volta a preocupar mercados

Queda de 14% na arrecadação fiscal do mês de setembro preocupou os investidores. O Fed voltou a baixar o juro básico em 0,5 ponto porcentual, conforme os mercados esperavam. O dólar comercial para venda subiu para R$ 2,7070, os juros do DI a termo de um ano subiram para 24,150% ao ano e a Bovespa caiu 1,44%.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Argentina voltou a preocupar os mercados brasileiros com a divulgação da queda de 14% na arrecadação fiscal no mês de setembro em comparação com setembro de 2000. Os temores em relação aos problemas econômicos do país ressurgiram agravados pela forte desaceleração da economia mundial e incertezas que cercam a ação militar que os Estados Unidos prometem realizar na Ásia Central. Os mercados estavam um pouco mais tranqüilos, embora ainda céticos, com o anúncio do empréstimo emergencial concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) à Argentina no início do mês. Os cerca de US$ 8 bilhões do pacote eram insuficientes para solucionar os problemas do país, mas deveriam conter as pressões financeiras enquanto o governo implantasse o pacote de eliminação imediata do déficit público e renegociasse a dívida externa com seus principais credores institucionais. Mas as negociações foram paralisadas pelos ataques terroristas aos Estados Unidos, o fluxo de recursos para os países emergentes diminuíram sensivelmente e a desaceleração econômica internacional dificulta a expansão das exportações desses países carentes de dólares. Para a Argentina, a queda na arrecadação é uma péssima notícia, pois demonstra as dificuldades do governo em implementar o déficit zero, apesar das medidas draconianas de cortes de despesas. Os boatos de insolvência, com possível calote da dívida externa e desvalorização cambial, e até de renúncia do ministro da Economia, Domingo Cavallo, voltaram. E as eleições legislativas marcadas para o dia 14 trazem mais incertezas. O governo tem grandes chances de perder uma boa porção da sua base de sustentação parlamentar. Além disso, poucos analistas esperam medidas drásticas antes das eleições. Depois do resultado, haveria maior probabilidade de adoção de um pacote econômico. Os temores renovados pela situação argentina ofuscaram o já esperado corte no juro básico norte-americano. O Fed promoveu a nona redução do ano, baixando a taxa de 3% para 2,5% ao ano, menor nível nos últimos quarenta anos. E, dada a forte desaceleração econômica - muitos já dizem recessão -, agravada pelos ataques terroristas de 11 de setembro, os juros podem cair ainda mais até o final do ano. A próxima reunião do Fed ocorrerá em 6 de novembro. Fechamento dos mercados O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,7070, com alta de 1,05%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 24,150% ao ano, frente a 23,850% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,44%. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou em queda de 4,34%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 1,29%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em alta de 0,80%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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