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Argentino atenua fuga de grifes

'Vuitton está em toda parte', desdenha ministro sobre fechamento da loja em Buenos Aires

Por MARINA GUIMARÃES , CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

O ministro de Turismo da Argentina, Enrique Meyer, suavizou o impacto do fechamento da grife Louis Vuitton em Buenos Aires e da retirada de outras marcas famosas do país, em consequência das barreiras locais para importação.

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"Luis Vuitton está em toda parte, em algumas cidades tem até lojas demais. Inclusive, em alguns lugares está apenas para mostrar sua marca. Talvez na Champs Elysées ela precise estar, embora não venda nada", disse Meyer em entrevista à rádio Mitre.

Segundo o ministro, a decisão das grifes de fechar suas portas na Argentina não afeta o país. Pelo contrário, disse ele, na Argentina estão crescendo cada vez mais as marcas nacionais, como Cardon, Freddo, Pampero, El Noble Repulgue, "que estão presentes desde Londres até Dubai".

Meyer ressaltou que a Cardon está abrindo várias lojas no Meio Oriente e no Brasil. Também a sorveteria Freddo que "tem 15 lojas no exterior, além das 76 que tem no país", observou o ministro, afirmando que "os espanhóis vêm à Argentina para comprar roupa da marca nacional La Martina".

Desde que as importações na Argentina passaram a ser controladas pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, as grifes internacionais começaram a deixar o país por falta de mercadoria e de insumos importados. A primeira foi Emporio Armani, há três anos. Desde então, o êxodo não teve folga.

A situação se complicou a partir de outubro do ano passado, quando o governo passou a endurecer os controles do câmbio em uma tentativa de conter a saída de divisas do sistema financeiro, a qual atingiu a marca de US$ 22 bilhões em 2011.

A imprensa tem denunciado os casos de dificuldades das empresas nacionais e estrangeiras instaladas no país, alertadas, muitas vezes por clientes ou pelos próprios empresários.

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No caso da Louis Vuitton, a marca começou a informar seus clientes há duas semanas sobre o fechamento. Suas vizinhas na famosa e sofisticada Avenida Alvear - no não menos famoso bairro da Recoleta - Ralph Lauren, Cartier, Escada, Yves Saint Laurent e outras decidiram seguir o mesmo caminho.

Muitas destas grifes que agora batem em retirada já operavam no país há mais de 10 anos, mas o boom da chegada das marcas premium mundiais na Argentina ocorreu com a recuperação da economia a partir de 2003, depois da crise do default, de 2001/2002, quando país literalmente quebrou.

A maioria resistiu à crise de 2008/09, quando houve forte queda do consumo. A atual crise internacional que provoca efeitos em várias empresas de origem europeia ocorre em momentos de forte controle estatal da economia argentina, com o principal alvo apontado para as importações. A importação de produtos dos segmentos de têxteis, calçados e acessórios é uma das mais controladas pelo governo.

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