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Argentinos bloqueiam fronteira com o Brasil

Eles protestam contra o aumento do preço de combustíveis vendidos a estrangeiros nos postos de fronteira e a cobrança a estrangeiros de uma taxa de saída

Por Agencia Estado
Atualização:

Comerciantes argentinos bloquearam nesta segunda-feira a Ponte Tancredo Neves, que liga Puerto Iguazú a Foz do Iguaçu, para protestar contra o aumento do preço de combustíveis vendidos a estrangeiros nos postos de fronteira e a cobrança a estrangeiros de uma taxa de saída. O protesto, iniciado às 10 horas e previsto para durar até às 20 horas, teve a adesão de taxistas brasileiros e paraguaios e seria realizado também por comerciantes de San Antonio e Bernardo de Irigoyen, que fazem fronteira com o Brasil. O protesto foi decidido no final da semana passada depois que o diretor do Departamento de Migração, Ricardo Rodríguez, recusou-se a abolir a taxa de saída impostas aos estrangeiros. Rodríguez alegou que adoção da taxa foi decidida para permitir investimentos na infra-estrutura aduaneira. A taxa varia de 5 pesos (R$ R$ 3,50) e 7 pesos (R$ 4,90), dependendo do horário que o estrangeiro cruzar a fronteira, a 30 pesos (R$ 21) em portos e aeroportos. A adoção da taxa a partir da segunda quinzena de agosto provocou uma queda de 90% no comércio das cidades fronteiriças com o Brasil. Arsenio Prituluk, presidente da Câmara de Comércio de Iguazú, afirma que a entrada de brasileiros em sua cidade caiu de uma média diária de cinco mil para 400 pessoas. "Estamos morrendo", advertiu. A queda do movimento é atribuída principalmente à elevação dos preços dos combustíveis vendidos a estrangeiros. A gasolina argentina era comercializada pela metade do preço da brasileira e o diesel por 40% menos. Liminares concedidas pela Justiça mantiveram preço do diesel, mas a gasolina tem novos preços desde o início de setembro. Mesmo assim, ela custa 20% menos na Argentina. O protesto teve a adesão dos taxistas da Tríplice Fronteira porque eles são obrigados a pagar toda vez que entram e saem do território argentino, uma taxa de 2 pesos (R$ 1,40). "Não nos escutaram antes, vão nos escutar agora", disse Hugo Digiovani, do Sindicato Único de Taxistas de Misiones, ao justificar o bloqueio.

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