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Argentinos vão à Justiça para recuperar perdas com Madoff

Nos escritórios de advocacia em Buenos Aires, levantamentos iniciais apontam para um prejuízo de US$ 1 bilhão

Por Marina Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

Investidores argentinos lesados pelo esquema financeiro de Bernard Madoff se organizam para mover ações conjuntas na Justiça e recuperar o dinheiro perdido. A fraude de US$ 50 bilhões cometida pelo norte-americano por meio de um esquema de pirâmide veio a público em janeiro. Nos escritórios de advocacia contratados pelos bancos instalados em Buenos Aires os levantamentos iniciais apontam para um prejuízo de US$ 1 bilhão a argentinos.   Veja também: Justiça dos EUA recupera quase US$ 1 bilhão de Madoff Entenda o esquema de pirâmide financeira realizado por Madoff   No fundo Optimal Strategic US Equity, por meio do Banco Santander, os argentinos teriam investido entre US$ 350 milhões e US$ 400 milhões, de acordo com informações de Osvaldo Prato, do escritório Arazi, Prato, Merola e Associados, representante de alguns investidores que tiveram perdas. No mercado se comenta que também foram prejudicados clientes do BBVA e outras entidades internacionais que teriam feito investimentos diretos com Madoff.   De acordo com assessores dos bancos, é difícil de fazer um levantamento completo do prejuízo argentino. "Quem perdeu dinheiro com Madoff foi gente de alto nível social, com prestígio e com muito dinheiro. Para essas pessoas, entrar na lista dos enganados é degradante e, por isso, muitas optam por esconder que estão entre os investidores que perderam dinheiro com a pirâmide", explicou um assessor financeiro.   Apesar da discrição, os nomes de alguns dos investidores argentinos começaram a circular no mercado portenho. Segundo o jornal El Cronista, os grandes empresários da comunidade judaica argentina e a empresária Amalia de Fortabat (ex-dona da cimenteira Loma Negra, vendida para a brasileira Camargo Corrêa) estão entre as vítimas. Fortabat, disseram fontes do mercado ao jornal, teria investido US$ 200 milhões.   Os escritórios de advocacia trabalham para processar não só o investidor Madoff, mas também todas as entidades e assessores envolvidos com a pirâmide.

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