Publicidade

Arrecadação de julho é recorde para o mês

Segundo a Receita Previdenciária, foram acumulados R$ 33,844 bilhões, total 4,375 superior ao do mesmo período do ano passado

Por Agencia Estado
Atualização:

A arrecadação de impostos e contribuições federais em julho totalizou R$ 33,844 bilhões, valor recorde histórico para o mês. De acordo com os dados, divulgados nesta quinta-feira pela Secretaria da Receita Previdenciária, o resultado representa um crescimento real, com correção pela inflação, de 4,37%, em relação ao mesmo mês de 2005. Porém, sobre junho deste ano, a arrecadação de julho teve uma queda real de 0,74%, que refletiu nos fatores sazonais. Em junho houve o pagamento da cota única do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o que não se repetiu no mês de julho. Também houve em junho o recolhimento semestral do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre os rendimentos de capital no mês de junho, o que contribuiu para a queda de 79,61% na arrecadação de julho desse tributo. No acumulado do ano (de janeiro a julho) a arrecadação atingiu R$ 222,219 bilhões (em valores nominais). Com a correção da inflação pelo Índice de preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a arrecadação no ano até julho é de R$ 222,973 bilhões, com um crescimento 3,25% sobre o mesmo período do ano passado. Arrecadação previdenciária A arrecadação previdenciária de julho somou R$ 10,370 bilhões, um crescimento real de 9,07% na comparação com julho de 2005 e uma queda de 1,87% ante junho deste ano. No acumulado de janeiro a julho, a arrecadação previdenciária soma R$ 70,951 bilhões, o que representa uma expansão real de 9,78% ante igual período do ano passado. As receitas administradas em julho totalizaram R$ 30,745 bilhões e as demais receitas (taxas e contribuições controladas por outros órgãos) somaram R$ 3,099 bilhões. Combustíveis O setor de combustíveis ajudou a aumentar a arrecadação de julho em relação ao mesmo mês do ano passado, mantendo a trajetória verificada nos últimos meses. A arrecadação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas desse setor foi de R$ 1,02 bilhão, contra R$ 99 milhões no mesmo mês de 2005. A arrecadação total do IRPJ em julho apresentou uma expansão de 19,63% em relação a julho de 2005 e da CSLL cresceu 4,66%, no mesmo período comparativo. O Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) apresentou um crescimento de 17,72% e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis, 10,47%. Segundo a Receita, o crescimento da arrecadação de IPI sobre automóveis refletiu o aumento de 16,9% no volume de vendas no mercado interno. A arrecadação do Imposto de Importação cresceu 3,06% e do IPI vinculado à importação, 14,89%. A receita atribuiu o desempenho desses dois tributos, no mês, à conjugação dos seguintes fatores: elevação de 31,98% no valor em dólar das importações tributadas; aumento de 4,41% na alíquota média efetiva do IPI vinculado à importação e a redução de 6,24% da alíquota média do Imposto de Importação e de 7,76% na taxa média do câmbio. "Um pouquinho abaixo" O secretario adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro, afirmou que a arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal está "um pouquinho abaixo" do previsto no decreto de programação orçamentária. O secretário evitou mencionar o tamanho desta diferença. Os números com os gastos do governo serão conhecidos somente na próxima semana quando o Tesouro Nacional divulgar o resultado do governo central. Segundo ele, resultado é significativo porque o governo tem conseguido superar a arrecadação do ano passado mesmo com as medidas de desonerações fiscais. "Essa superação é, na prática, bem maior que os 2,87% porque além, de superar o resultado do ano passado, supera também o efeito das desonerações", afirmou, lembrando que a renúncia fiscal está estimada em torno de R$ 9 bilhões por ano. Ele alertou que o porcentual de aumento de arrecadação não pode ser considerado o ponto de partida para a análise de novas desonerações. Segundo ele, a discussão deve ser feita com base nas previsões de gastos. "Em relação à previsão de execução orçamentária para o período, estamos um pouquinho abaixo do decreto de progamação orçamentária", disse. Para compensar essa diferença, Pinheiro afirmou que a Receita terá que fazer uma concentração de esforços, como, por exemplo, intensificando o trabalho de inteligência e a análise de processos de crédito. Este texto foi atualizado às 13h06.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.