23 de fevereiro de 2022 | 12h43
BRASÍLIA - A arrecadação de impostos e contribuições federais atingiu o maior valor para todos os meses da história em janeiro, quando somou R$ 235,321 bilhões. O resultado representa um aumento real (descontada a inflação) de 18,30% na comparação com janeiro do ano passado. Em relação a dezembro, houve crescimento real de 20,71% no recolhimento de impostos.
A lucratividade das empresas foi o principal fator que levou ao recorde. De acordo com a Receita Federal, as empresas tiveram resultado acima do inicialmente projetado em 2021, o que levou ao pagamento de R$ 12,5 bilhões a mais referente ao ajuste que tem que ser feito no início do ano pelas maiores empresas do País.
Com dinheiro em caixa, as companhias, que têm até março para recolher esses tributos sem juros, optaram por fazê-lo ainda em janeiro. “Empresas retomaram ciclo positivo em 2021, o que levou a aumento de receitas. Antecipação mostra que empresas aproveitaram liquidez para pagar ajuste do Imposto de Renda”, afirmou o chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita Federal, Claudemir Malaquias.
Além disso, houve pagamento de mais R$ 12 bilhões por empresas que tiveram ganho de capital em operações de fusão e aquisição, que também são tributadas.
Em janeiro, o valor pago apenas no ajuste do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) subiu 116,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. No total, a arrecadação dos dois tributos subiu mais de R$ 20 bilhões
Empresas brasileiras que faturam mais de R$ 78 bilhões por ano ou de setores como o financeiro são obrigadas por lei a recolher tributos sobre a renda pela modalidade de lucro presumido, ou seja, elas projetam um valor para o lucro em determinado ano e recolhem os impostos mensalmente. No início do ano, é feito uma declaração de ajuste, quando é paga a diferença entre o lucro projetado e o efetivamente alcançado.
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