
26 de fevereiro de 2018 | 14h40
A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 155,619 bilhões em janeiro, um aumento real (já descontada a inflação) de 12,57% na comparação com o arrecadado em dezembro e de 10,12% ante janeiro de 2017. Esta é terceira alta real consecutiva e a maior para o mês de janeiro desde 2014.
Em janeiro do ano passado, a receita somou R$ 137,392 bilhões, alta real, descontada a inflação, de 0,79% na comparação com igual mês de 2016. Já em dezembro, o montante foi de R$ 137,84 bilhões, aumento real de 4,93% em relação ao mesmo mês de 2016. Ao descontar a inflação, as receitas em 2017 tiveram a primeira elevação desde 2013 (4,08%). No ano passado, o valor arrecadado foi de R$ 1,342 trilhão, um aumento real de 0,59% na comparação com 2016. O valor foi o maior em um ano desde 2015.
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De acordo com o chefe de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, o crescimento reflete a melhoria da atividade econômica, principalmente o desempenho da indústria, comércio e serviços e da massa salarial. "A arrecadação está crescendo em linha com a atividade econômica e deve ter tido desempenho um pouco superior ao do PIB em 2017", afirmou. "Ainda é cedo para falarmos projeções para 2018."
Já o especialista em contas públicas Fabio Klein, da Tendências Consultoria Integrada, lembra que, em outubro, a arrecadação só recuou em termos reais por causa do impacto da receita com o programa de repatriação, elevando a base de comparação. "Retirando os efeitos da repatriação, desde agosto a arrecadação tem avanço real."
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A retomada econômica em andamento e a sazonalidade favorável deram impulso para a arrecadação no mês passado, conforme economistas. Normalmente neste período há entrada de tributos como Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Malaquias ainda ressaltou a elevação na arrecadação com o PIS/Cofins sobre combustíveis, que subiu R$ 1,314 bilhões em relação a janeiro de 2017, após o aumento na alíquota no tributo no ano passado. Além disso, destacou as medidas adotadas pela Receita Federal para a cobrança de devedores, entre eles os que aderiram ao Refis, regularizaram a situação a fiscal e voltaram a ficar inadimplentes com a Receita Federal. Outros contribuintes cobrados pelo fisco foram os integrantes do Simples com dívidas com a Receita - essas duas ações foram responsáveis pelo recolhimento de R$ 1,57 bilhão em janeiro, de acordo com o órgão.
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A pesquisadora Vilma Pinto, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), reforça ainda que a receita costuma ser mais elevada pois no período há tributação do décimo terceiro salário pago em dezembro.
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