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As diferenças entre as taxas de juros

A Selic foi reduzida de 15,75% para 15,25% ao ano, sem surpreender os analistas. Apesar da redução, os juros cobrados ao consumidor continuam muito superiores. Basta comparar a Selic com as taxas praticadas pelo mercado.

Por Agencia Estado
Atualização:

Hoje foi reduzida novamente a taxa básica referencial da economia - Selic -, que já tinha sido reduzida para 15,75% ao ano na reunião mensal de dezembro. Esta taxa é apenas a referência definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para a taxa de juros dos títulos públicos federais paga às instituições financeiras. Quando o investidor aplica em fundos de renda fixa, ele recebe uma remuneração inferior, pois as instituições cobram taxas pela intermediação. Há muitas taxas de juros no mercado e a pessoa física paga quantias bem superiores à da Selic A taxa Selic é considerada elevada para os padrões internacionais, apesar de já ter sido muito mais alta. Esta taxa está nos atuais patamares porque juros altos fazem parte da política de controle da inflação e de captação de investimentos estrangeiros. As taxas de juros do mercado, que superam em muito a já elevada Selic, devem-se à necessidade de captação de recursos do governo, que toma muito dinheiro emprestado do mercado, sobrando pouco para a pessoa física e para as empresas. Assim, os juros pagos para financiamentos, empréstimos, cheque especial, crediário, cartão de crédito etc. acabam ficando muito elevados. Além disso, o governo brasileiro absorvia a maior parte dos recursos disponíveis no mercado nos anos de inflação alta, fazendo com que as instituições financeiras se acostumassem a emprestar quase que exclusivamente para o Tesouro. Hoje, elas apresentam dificuldades operacionais em conceder créditos para indivíduos e empresas e resistências em abaixar os juros. Também é importante saber que os juros cobrados pelas instituições bancárias são acrescidos dos custos administrativos e operacionais, dos lucros, de impostos (IR, IOF, etc) e do risco de inadimplência. Na medida em que o consumidor aceita créditos a juros em taxas exorbitantes e não reivindica índices menores para as operações de varejo, os especialistas ainda recomendam poupar, guardando o dinheiro em alguma aplicação financeira e fazendo compras à vista. Exemplos de taxas de juros para pessoa física Para se ter uma idéia de como os juros ao consumidor são altos, basta comparar a taxa Selic de 15,25 % ao ano com as taxas de juros cobradas no mercado. Nos bancos, as taxas de juros do cheque especial variam entre 7,50 % e 9,90% ao mês. Segundo pesquisa do Procon-SP (ver link abaixo), o Bandeirantes pratica a taxa mais alta no cheque especial, 9,90% ao mês, o equivalenta a 210,4% ao ano. A taxa mais baixa no cheque especial é praticada pelo BBV, 7,50%, o equivalente a 138,2% ao ano. O BBV também é o banco que cobra a menor taxa de empréstimo pessoal, de 2,90% ao mês. O Itaú cobra a maior taxa de empréstimo pessoal do mercado, de 4,90% ao mês. No cartão de crédito, as bandeiras Visa e Mastercard de vários cartões chegam a cobrar até 12% ao mês, o que equivale a 289,6 % ao ano, para pagamentos atrasados (caso dos cartões do Bradesco), os juros mais altos do mercado, enquanto que, no HSBC, o cartão HSBC GoldCard Gold, nas bandeiras Visa e Mastercard, tem o juro mais baixo, de 3,50% ao mês, equivalente a 51,1% ao ano, mais multa de 2%.

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