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Às vésperas do Copom, mercado mantém projeção de corte de 0,25 ponto porcentual na Selic

Pelo documento, as estimativas para o PIB este ano passaram de retração de 3,40% para queda de 3,49%, foi a oitava semana consecutiva de piora nas projeções

Por Fabrício de Castro
Atualização:
Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic no fim de 2016 permaneceu em 13,75% ao ano Foto: André Dusek/Estadão

BRASÍLIA - À espera do resultado do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa amanhã, os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa de que a Selic, hoje em 14,00% ao ano, passe por apenas mais uma redução de 0,25 ponto porcentual em 2016.  O Relatório de Mercado Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic no fim de 2016 permaneceu em 13,75% ao ano. Na prática, se confirmado, isso significará um corte igual ao promovido pelo BC em 19 de setembro (de 0,25 ponto porcentual). Há um mês, antes do "efeito Trump" sobre as perspectivas, os economistas esperavam que a Selic terminasse 2016 em 13,50%. Para o fim de 2017, a projeção do Focus seguiu em 10,75% ao ano, mesmo patamar de um mês atrás.  Na ata do último encontro do Copom, o colegiado do BC havia afirmado que cortes maiores da Selic dependerão da retomada da desinflação de serviços e de avanços no ajuste fiscal. Recentemente, já após a eleição de Donald Trump nos EUA, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a ata continua válida.

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A Selic média de 2016 permaneceu em 14,16% ao ano. Para 2017, passou de 11,67% para 11,69% ao ano. Há um mês, a mediana das taxas médias projetadas para este e o próximo ano eram de 14,13% e 11,63%, nesta ordem.  Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2016 em 13,75% ao ano, mesmo patamar previsto uma semana antes. Há um mês, a projeção era de 13,50% ao ano. Para o ano que vem, as estimativas do Top 5 seguiram em 11,25%, mesmo nível de um mês atrás.

Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano passaram de retração de 3,40% para queda de 3,49%. Foi a oitava semana consecutiva de piora nas projeções de atividade para este ano. Há um mês, a perspectiva era de recuo de 3,30%.  O BC informou há duas semanas que o IBC-Br de setembro subiu 0,15% ante agosto, na série ajustada. Apesar do ganho mensal, o indicador -uma proxy do PIB - fechou o terceiro trimestre com retração de 0,78% ante o segundo trimestre, o que reforçou entre alguns economistas a percepção de que a retomada da economia ficou mais para frente.  Para 2017, o Focus mostra que a percepção também piorou. O mercado prevê para o País um crescimento de 0,98% no próximo ano, abaixo do 1,00% projetado uma semana antes. Há um mês, a expectativa era de 1,21%. O BC trabalha com uma retração de 3,3% para o PIB em 2016 e com uma alta de 1,3% para 2017. Já o Ministério da Fazenda, que projetava avanço de 1,6% para o próximo ano, divulgou uma nova estimativa na semana passada, de 1,0%.

As projeções para a produção industrial também indicaram um cenário difícil. A queda prevista para este ano passou de 6,02% para retração de 6,23%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial foi de 1,11% para 1,21%. Há um mês, as expectativas para a produção industrial estavam em recuo de 6,00% para 2016 e alta de 1,11% para 2017. No início de novembro, o IBGE informou que a produção industrial subiu 0,5% em setembro ante agosto, mas recuou 4,8% em relação ao mesmo mês de 2015.

Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para este ano passou de 44,90% para 45,40% no Focus. 

Os economistas do mercado financeiro mudaram, para melhor, suas projeções para a inflação neste ano. O Relatório de Mercado Focus mostra que a mediana para o IPCA - o índice oficial de inflação - este ano foi de 6,80% para 6,72%. Há um mês, estava em 6,88%. Já o índice para o ano que vem permaneceu em 4,93%. Há quatro semanas, apontava 5,00%.

O Relatório mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,35 no encerramento de 2016, ante R$ 3,30 de uma semana antes. Há um mês, estava em R$ 3,20. O câmbio médio de 2016 seguiu em R$ 3,45, ante R$ 3,43 de um mês antes. 

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Para o fim de 2017, a mediana para o câmbio permaneceu em R$ 3,40 de uma divulgação para a outra, mesmo valor de um mês antes. Já o câmbio médio de 2017 passou de R$ 3,36 para R$ 3,40 - estava em R$ 3,33 um mês atrás.