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Assembléia da Vasp é suspensa à espera de resposta da Infraero

A reunião deve ser retomada por voltas das 14 horas. A proposta dos interventores é de pagamento de uma dívida total de R$ 900 milhões com deságio de 65% em 15 anos

Por Agencia Estado
Atualização:

A assembléia de credores da Vasp, realizada nesta terça-feira em São Paulo, foi interrompida por volta de 11h20, depois de meia hora de duração. A reunião já havia começado com atraso: estava marcada para as 9 horas, porém, só teve início às 10h40. Os interventores judiciais da companhia fizeram uma proposta para a Infraero, seu principal credor, para pagamento de uma dívida total de R$ 900 milhões com deságio de 65% em 15 anos. A reunião seria retomada às 14 horas. O prazo foi dado para que os administradores da estatal, em Brasília, avaliem o plano e dêem uma resposta aos interventores da Vasp ainda nesta terça. O interventor judicial da Vasp, Raul Medeiros, declarou que a empresa também propôs à BR Distribuidora, da Petrobras, outro grande credor, o pagamento da dívida de aproximadamente R$ 400 milhões com deságio de 60%. Para o credor Aerus (fundo de pensão) o plano da Vasp é pagar R$ 40 milhões em ativos e o restante por meio de adesão, por meio de cotas, aos Fundos de Investimentos e Participações (FIPs). Medeiros não disse quais são os valores precisos das dívidas com esses credores. De acordo com ele, os interventores continuam confiantes de que a Infraero dê uma resposta positiva e que a assembléia possa resultar na aprovação do plano de recuperação. A Vasp está sem voar desde janeiro de 2005 e está em recuperação judicial desde outubro passado. Ativos superam passivos Antes do início, o economista Jharbas Barsanti Ribeiro, sócio do escritório de advocacia que fez auditoria na empresa, declarou que os ativos da Vasp superam o passivo. De acordo com ele, os ativos são de aproximadamente R$ 5 bilhões, mas a auditoria no passivo não foi concluída. Os credores da Vasp solicitaram mais esclarecimentos sobre o levantamento do passivo da companhia aérea e, por isso, pediram a suspensão da última assembléia, realizada em 30 de maio. Barsanti dará explicações aos credores sobre o levantamento realizado nos últimos quatro meses. "Eu espero que o plano de recuperação seja aprovado hoje." Operação A companhia aérea parou de operar em janeiro de 2005 e está sob intervenção judicial desde março do ano passado. Os interventores pediram a recuperação judicial e o pedido foi aceito em outubro passado. O plano prevê a separação da empresa em duas partes: uma operacional e outra para administrar os ativos e as dívidas. A parte que ficar com os ativos e dívidas terá o FIPs. Os credores poderão trocar dívidas por cotas dos fundos, que incluirão ativos como imóveis e eventuais créditos obtidos na Justiça. Caso a empresa consiga aprovar o plano de recuperação, o passo seguinte será buscar investidores. Injeção de recursos Em março deste ano, os credores aprovaram a injeção de recursos de aproximadamente R$ 6 milhões para dar continuidade às operações da empresa e pagar um time de 350 funcionários que trabalham com os interventores judiciais. Barsanti afirma que está recebendo pagamentos com os recursos que foram liberados. Embora não realize mais vôos, a Vasp continua a funcionar com esse pequeno grupo de funcionários e tem contas a pagar.

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