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Assistência à esclerose múltipla é mais efetiva no SUS que na rede particular

Tratamento, que custa entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por mês, também é acessível a pacientes da rede privada

Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

Se o tratamento contra o câncer costuma ser mais moderno e completo para os clientes de planos de saúde, no caso da esclerose múltipla é o Sistema Único de Saúde (SUS) o responsável por oferecer assistência a todos os pacientes com a doença, sejam eles usuários da rede pública ou privada. Isso porque os tratamentos para esclerose não estão no rol de cobertura mínima da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que define o que deve ser custeado pelos convênios médicos. “A grande vantagem do SUS no caso da esclerose múltipla é que ele é, hoje, o grande pagador do tratamento, já que a gente não consegue absolutamente nada pela ANS. Se o paciente tivesse de comprar os medicamentos, ele gastaria de R$ 5 mil a R$ 10 mil todo mês, ou seja, seria inviável. Nesse aspecto, o SUS é excelente porque ele fornece o tratamento e a gente não tem uma dificuldade muito grande de conseguir”, disse Jefferson Becker, presidente do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla, também presente no Fórum Estadão Saúde.

Becker critica protocolos 'engessados' do SUS Foto: Werther Santana/Estadão

Apesar de o tratamento ser acessível a todos, o especialista explica que os protocolos do SUS dão pouca autonomia ao médico para tratar de forma individualizada pacientes com diferentes quadros da doença.  “A parte ruim é que o tratamento no SUS é engessado. O protocolo define que o paciente tem de começar obrigatoriamente com determinadas classes de medicamento e só pode migrar para outro se o primeiro não estiver funcionando. Mas, às vezes, o paciente é grave e dar aquele tratamento inicial é condená-lo a ter sequelas grandes num futuro próximo”, afirma. A estimativa do médico é que cerca de 30 mil pessoas tenham esclerose múltipla no País.

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