PUBLICIDADE

Ata alerta: risco da inflação neste mês é maior do que em maio

Por Agencia Estado
Atualização:

Divulgada na manhã de hoje, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) - que decidiu pela manutenção da Selic, a taxa básica de juros da economia, em 16% ao ano ? revela que os membros do Comitê avaliaram que o comportamento das expectativas de inflação passou a constituir fonte de risco "relativamente mais importante" do que na reunião do mês passado. Os membros do Comitê retiraram da ata da reunião deste mês a palavra "ligeiramente" para informar que as projeções de inflação para esse ano estão acima da meta estabelecida pelo governo de 5,5% pelo IPCA. Na ata anterior, da reunião de maio, o Copom informava que as projeções de inflação estavam "ligeiramente" acima da meta de 5,5% para 2004. Na ata de junho, porém, a palavra foi retirada, mesmo com a manutenção da taxa Selic em 16% ao ano e uma taxa de câmbio semelhante (R$ 3,10) à utilizada na reunião de maio. Para 2005, a ata divulgada hoje informa que as projeções estão abaixo da meta de 4,5%, como na ata da reunião anterior. A ata também destaca que as projeções de inflação do mercado estão acima da meta tanto para 2004 como para 2005. Alerta para o médio e longo prazos Os membros do Copom destacam, porém, que as perspectivas macroeconômicas para o médio prazo continuam favoráveis. "Mesmo em cenários mais adversos, o Copom continua otimista em relação à manutenção do crescimento econômico com estabilidade de preços", afirma o documento. Para os diretores do BC, que integram o Copom, o atual contexto de dúvidas em relação à evolução do cenário externo tem gerado uma volatilidade de curto prazo que tende a aumentar a incerteza em relação ao comportamento futuro da inflação. A avaliação é de que essas incertezas dificultam a coordenação de expectativas dos agentes privados. Os diretores do Banco Central fizeram um alerta muito claro aos agentes do mercado que elevaram as suas projeções de inflação tanto para 2004 como para 2005. Os membros do Copom avisam que este cenário não encontra respaldo nas projeções de inflação dos "diferentes modelos" utilizados pelo Comitê, "mesmo que essas projeções incorporem cenários particularmente desfavoráveis para a evolução dos determinantes principais dos choques recentes". Copom considerou projeções para 12 meses Os membros do Comitê informaram ainda que também consideraram, como ocorreu em maio, as projeções de inflação para 12 meses (segundo semestre de 2004 e o primeiro semestre de 2005). Na avaliação do Copom, essa inflação de 12 meses traz um horizonte cujos resultados serão mais "sensíveis" às decisões de política monetária tomadas ao longo dos próximos meses do que as do ano-calendário de 2004. Segundo eles, o Copom tem considerado projeções de inflação baseadas em um cenário que supõe menor grau de persistência da inflação do primeiro trimestre, de acordo com o padrão observado nos últimos anos de um alívio sazonal na inflação dos preços livres no segundo e no terceiro trimestres. "Em virtude de já serem conhecidas as taxas de inflação dos dois primeiros meses do segundo trimestre e do aumento atipicamente elevado dos preços livres em maio, o Copom considerou com maior enfâse as projeções construídas sem a hipótese de baixa persistência", explica o Copom na ata de junho.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.