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Ata do Copom anima mercados antes de feriado

Nesta véspera de feriado, os mercados viram bons sinais na ata da última reunião mensal do Copom. A avaliação é que o Comitê deve cortar a Selic no dia 19 de junho, data da próxima reunião. Todas as cotações apresentaram recuperação.

Por Agencia Estado
Atualização:

Hoje, pela primeira vez, foi divulgada à tarde a ata da última reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 21 e 22 de maio. Na ocasião, a equipe econômica decidiu manter em 18,5% ao ano a Selic - a taxa básica referencial de juros da economia. Os membros do Comitê tomaram a decisão com uma votação apertada, três a cinco, e o mercado esperava o detalhamento da decisão para fazer suas apostas para a reunião de junho, marcada para os dias 18 e 19. A sinalização é positiva, e a maioria dos analistas acredita numa redução entre 0,25 e 0,50 pontos porcentuais. O fato é que as projeções do governo já indicavam que há espaço para queda sem risco de descumprimento da meta de inflação mesmo com a recente alta do câmbio e dos juros dos títulos brasileiros no exterior. O limite estabelecido pelo governo é de 3,5% com tolerância de dois pontos para mais ou menos no ano de 2002 pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Juros menores estimulam a economia e tendem a pressionar os preços. Mas a avaliação é que há condições econômicas para a queda da taxa, com folga maior para o ano que vem, mesmo porque a inflação vem caindo. E se os membros do Copom esperavam a confirmação da tendência de queda nos índices, isso está acontecendo. Assim, o mercado hoje já se preparou para um cenário de juros mais baixos, com redução nas taxas dos títulos corrigidos a juros e alta na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Para a queda do dólar ainda colaborou a recente queda nos preços do petróleo no mercado internacional. O risco continua sendo político, e o Copom reconhece isso na medida em que mantém uma postura cautelosa. Os investidores temem que o novo governo não queira ou não consiga manter o delicado equilíbrio da economia brasileira dentro dos parâmetros da atual política econômica e evitam assumir posições arriscadas. Como, além disso, o pré-candidato governista, José Serra, tem tido um desempenho ruim nas pesquisas de intenção de voto, a cautela predomina. No início da semana que vem duas pesquisas serão divulgadas, uma encomendada pelo PSDB e outra pelo PFL. O mercado espera um avanço significativo de Serra nesses últimos dias antes da Copa do Mundo, que deve distrair os eleitores até o final de junho. Se os resultados decepcionarem, a calma que os mercados tiveram ao longo dessa semana encurtada pode acabar. Amanhã não haverá negócios por conta do feriado de Corpus Christi, mas na sexta-feira o funcionamento será normal Mercados no Brasil O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,5140 - uma queda de 0,55% em relação a ontem. A moeda norte-americana foi apresentando quedas ao longo do dia, oscilando entre a mínima de R$ 2,5120 e a máxima de R$ 2,5260. Em maio, o dólar já acumula uma alta de 6,44%. No ano, a alta é de 7,12%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o dia com alta de 2,02% a 12.985 pontos. O volume de negócios foi bem mais alto que nos últimos dias, R$ 634 milhões. Entre as 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa - houve 8 quedas. A única mais forte foi AES Tietê PN (preferenciais, sem direito a voto), que caiu 3,57%. Do lado positivo, muitos papéis tiveram altas fortes, como Globo Cabo PN (8,33%) e Duratex PN (7,01%). No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em junho, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), terminaram o dia com taxas de 18,140% ao ano, frente a 18,320% ao ano ontem. Mercados internacionais Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 0,59%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em queda de 1,68%. Na Argentina, o índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires caiu 0,62% hoje. A moeda norte-americana, segundo a correspondente Marina Guimarães, fechou negociada a $ 3,65 pesos. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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