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Ata: inflação segurou queda mais forte da Selic

De acordo com a ata da última reunião do Copom, o BC adotou uma posição mais cautelosa em relação à queda da Selic devido à possível pressão inflacionária causada pelo aumento de preços administrados.

Por Agencia Estado
Atualização:

A decisão de reduzir em 0,25 ponto porcentual a meta da taxa de juros Selic foi unânime entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). De acordo com a ata da última reunião do Comitê, realizada na semana passada (19 e 20), a redução da Selic de 18,75% ao ano para 18,5% ao ano foi respaldada na melhora do cenário externo, no movimento de queda verificado na inflação e nas projeções para o ICPA em 2002 e 2003 que, de acordo com a análise dos diretores do BC, justificam uma trajetória de queda da taxa de juros. Entretanto, os membros do Comitê ressaltam que alguns elementos ainda justificam uma posição mais cautelosa do BC. "O efeito secundário sobre a inflação dos aumentos de preços administrados por contrato e monitorados e a incerteza que ainda prevalece sobre a velocidade da queda dos preços livres recomendam uma trajetória cautelosa na condução da política monetária", justificam os diretores na ata divulgada há pouco pelo BC. As projeções feitas pelos diretores indicam reajustes dos preços administrados por contrato e monitorados de 6,8% para 2002 e 4,5% para 2003, com contribuição direta de 2,1 pontos porcentuais e 1,4 pontos porcentuais para o IPCA, respectivamente. Essa pressão sobre a inflação acaba tornando a convergência da inflação às suas metas "mais lenta e custosa", segundo análise feita pelos diretores do BC. Outro elemento apontado na ata e que já constava do relatório é o reajuste já anunciado de 8,2% para o preço da gasolina, que deve se concretizar em abril, e a perspectiva de aumentos acima de 20% para o gás de cozinha, até o final ano.

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