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Até quando dura o otimismo dos mercados?

O Fed reduziu a taxa de juro básica dos EUA, e agora o juro real é negativo. A recuperação dos mercados no Brasil foi impulsionada pela medida. Mas ainda não é claro se a retomada se sustentará, principalmente porque a situação argentina ainda é muito indefinida.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados brasileiros parecem ter atingido o fundo do poço no final de outubro e, desde então, estão em recuperação. As cotações já chegaram aos níveis de 10 de setembro, antes dos atentados terroristas em Washington e Nova York. A queda dos juros nos Estados Unidos ontem animou os humores dos investidores, pois agora os títulos do governo norte-americano pagam menos que a inflação. Este é um ótimo estímulo ao consumo e à retomada do crescimento da economia dos EUA. Mas ainda é cedo para comemorar. É verdade que as contas externas melhoraram com a desvalorização do real, o governo vem cumprindo as metas estabelecidas, a economia se recupera e o pior da crise energética já passou. Mas a recuperação das cotações se dá de níveis muito pessimistas e a crise argentina vem se agravando. As propostas do governo são meramente paliativas e convencem cada vez menos. É verdade que os negócios já refletem uma situação muito negativa no país vizinho, porém um colapso ou calote pode estragar a festa, ao menos temporariamente. A negociação com os governadores para um corte nos repasses de verbas para as províncias continua em impasse, e o acordo para a reestruturação da dívida é visto como calote seletivo. Ontem mesmo, a agência internacional de classificação de risco Fitch rebaixou o rating (nota que reflete a solvência e credibilidade) do país. Para a Fitch, a situação argentina é de calote iminente. Os depósitos bancários e reservas internacionais seguem em queda, e o governo depende do adiantamento de US$ 1,3 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para honrar os compromissos que vencem até o final do ano. Mais circunstancialmente, o fracasso do leilão de privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) pode ter efeito negativo. Os mercados contavam com a venda da empresa e a respectiva entrada de cerca de R$ 5 bilhões em divisas se ela fosse arrematada por um grupo estrangeiro. Mas não houve inscritos para o leilão, que foi adiado novamente e já não se sabe se o governo do Paraná conseguirá realizá-lo. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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