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AT&T vai pagar US$ 48,5 bilhões pela DirecTV

O negócio pode ter repercussão no Brasil, uma vez que a DirecTV é a controladora da operadora Sky no País

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Por Redação
Atualização:

A operadora norte-americana AT&T concordou neste domingo, 18, em pagar US$ 48,5 bilhões para comprar a empresa de TV por assinatura DirecTV nos Estados Unidos. O valor do negócio anunciado representa um "prêmio" de 30% sobre o valor das ações da DirecTV antes de os primeiros rumores sobre as conversas começarem a aparecer no mercado.

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O negócio pode ter repercussão no Brasil, uma vez que a DirecTV é a controladora da operadora Sky no País, com participação de 93%. De acordo com reportagem do The New York Times, a AT&T ganharia um número importante de consumidores na América Latina com a DirecTV, onde a operadora de televisão via satélite contabiliza hoje cerca de 18 milhões de consumidores.

A DirecTV é líder no mercado de televisão via satélite nos Estados Unidos. De acordo com fontes de mercado, o acordo de venda vai provocar uma "revolução" no mercado americano de TV por assinatura.

O apetite por este setor fica claro na decisão da AT&T de pagar US$ 95 por ação pela DirecTV, acima das estimativas já arrojadas do mercado, que antecipava um valor entre US$ 92 e US$ 94. Consideradas as dívidas envolvidas na operação, a compra da DirecTV – líder do setor no mercado americano – custaria US$ 67,1 bilhões à operadora de telefonia.

Ao comprar a DirecTV, a AT&T aumenta em muito sua aposta no setor de TV por assinatura, no qual hoje tem uma presença considerada discreta. A compra da DirecTV é o maior negócio do setor de televisão por assinatura nos Estados Unidos desde a tentativa frustrada da própria AT&T de adquirir a T-Mobile por US$ 39 bilhões há três anos.

Concorrência. Especialistas no setor dizem que a compra da DirecTV pela AT&T deverá enfrentar alguma resistência dentro dos órgãos americanos de controle da concorrência. Isso porque atualmente esses órgãos já estão avaliando o negócio de US$ 45 bilhões envolvendo a compra da Time Warner Cable pela Comcast. Parte do mercado vê a compra da DirecTV pela AT&T como uma resposta direta ao movimento da Comcast.

Em um comunicado, a AT&T anunciou que o negócio com a DirecTV deverá "redefinir a indústria do entretenimento de vídeo" e que o objetivo da compra é oferecer conteúdo aos clientes "em diversos tipos de telas, como dispositivos móveis, TVs, laptops, carros e até em aviões". "Ao mesmo tempo, (o acordo) cria valor imediato e de longo prazo aos nossos acionistas", afirmou Randall Stephenson na mesma nota.

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Embora o acordo com a DirecTV realmente leve a presença da AT&T em televisão a um novo patamar, analistas do mercado de comunicação dizem que há desafios à frente.

No mercado americano, a DirecTV tem de enfrentar a redução do crescimento das assinaturas ao tipo de serviço que ela oferece à medida que outros serviços ganham força – por lá, além do Netflix, a Amazon também tem um forte serviço de streaming, em que os clientes podem escolher conteúdos e assisti-los diretamente na internet.

Para os analistas do segmento, as operadoras de TV a cabo – que geralmente também ofertam o serviço de internet aos clientes – têm a chance de pegar carona nessa mudança de mercado, algo que, dado o desenho atual de seu negócio, não estaria ao alcance da DirecTV.

Organização. Ao concordar em comprar a DirecTV, a AT&T anunciou que vai vender sua participação de aproximadamente 8% na America Movil, empresa do bilionário mexicano Carlos Slim. A companhia de Slim tem forte presença no mercado brasileiro, onde é dona da Claro, da Embratel e da operadora de TV por assinatura NET. / AGÊNCIAS INTERNACONAIS

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