17 de outubro de 2013 | 02h10
O ritmo de atividade medido pelo Banco Central (BC) é diverso do apurado pelo IBGE, que calcula oficialmente a evolução do Produto Interno Bruto (PIB). Num único aspecto os analistas em geral e as fontes da área econômica ouvidas pela Agência Estado parecem concordar: quanto ao risco de "desastre", ou seja, de crescimento fortemente negativo no ano.
No terceiro trimestre, estima-se que o PIB tenha ficado estagnado (crescimento zero) ou registre pequenas variações, provavelmente, negativas. Como afirmou um analista da Tendências Consultoria, Rafael Bacciotti, no terceiro trimestre deve ter ocorrido "um enfraquecimento da indústria, da produção agrícola, do consumo e dos investimentos".
A economia apenas não deslizou, como se temeu na passagem do segundo para o terceiro trimestre. Tampouco o cenário do quarto trimestre contempla uma substancial melhora da demanda agregada, segundo Bacciotti.
Outros indicadores, com poucas exceções, revelam que o ritmo da atividade econômica é insatisfatório, apesar do volume de incentivos, desonerações, oferta de empréstimos a juros baixíssimos e subsídios ao crédito ao consumo. A indústria paulista demitiu 39 mil pessoas nos últimos 12 meses, até setembro, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A indústria continua carregando estoques expressivos. O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV) trabalha com a hipótese de recuo de 1% na taxa de investimento do trimestre passado. A demanda de crédito das empresas caiu 5,4% entre agosto e setembro, segundo a Serasa Experian.
O IBC-Br veio abaixo das projeções médias, o que não quer dizer que a variação do PIB medida pelo IBGE confirme o índice do BC. Mais provável é que o PIB cresça, em 2013, levemente menos do que os 2,48% previstos na Pesquisa Focus.
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