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Atletas vão monitorar contratação de jovens pelas empresas

Idéia é que os 35 atletas ligados à ONG - entre eles Raí, Ana Moser, Hortência e Cafu - ajudem a divulgar a lei

Por Andrea Vialli
Atualização:

Atletas de diferentes modalidades e gerações lançam nesta terça-feira, em São Paulo, um placar para monitorar a contratação de jovens aprendizes pelas empresas brasileiras, em cumprimento à Lei do Aprendiz (10.097/2000). A idéia é que os 35 atletas ligados à ONG Atletas pela Cidadania - entre eles Raí Oliveira, Ana Moser, Hortência, Cafu, Aurélio Miguel e Gustavo Borges - ajudem a dar ampla divulgação à lei, ainda pouco conhecida dos empregadores brasileiros.   Veja também:  A íntegra da lei    Após o naufrágio do programa Primeiro Emprego, do governo federal, a grande aposta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é fazer com que a Lei do Aprendiz seja plenamente cumprida pelas empresas. Pela lei, médias e grandes empresas devem contratar de 5% a 15% de aprendizes, entre 15 e 24 anos, e fornecer formação profissional adequada ao trabalho que ele irá executar na empresa.   De acordo com dados do MTE, atualmente há 113 mil aprendizes contratados no País, mas esse número pode chegar a 1,2 milhão até 2010. "A lei ainda é pouco conhecida e raramente cumprida pelas empresas brasileiras. O apoio dos atletas vai dar visibilidade ao assunto", afirma André Figueiredo, secretário executivo do MTE. Até o ano que vem, as empresas que cumprirem a lei receberão um ‘selo social’ do governo. "Não queremos punir, queremos a adesão voluntária por parte das empresas", diz Figueiredo.   A Lei do Aprendiz, até o momento, parece se enquadrar na categoria de lei que ainda ‘não pegou’ no País. "Vamos trabalhar com uma meta factível, que é sairdos atuais 113 mil aprendizes contratados para 800 mil em 2010", diz Raí Oliveira, diretor da Atletas pela Cidadania. O placar com o número de aprendizes contratados deve funcionar nos moldes do ‘impostrômetro’ - painel no centro de São Paulo que mede a quantidade de impostos pagos pela sociedade - e a partir de amanhã vai estar disponível no site da ONG, http://www.atletaspelacidadania.org.br/.   Custo social   O custo social da falta de empregabilidade dos jovens é alto. De acordo com o estudo "A Juventude em Risco no Brasil", publicado este ano pelo Banco Mundial, no Brasil 50% da população desempregada é jovem e os investimentos do governo na juventude não chegam a 1%.   Segundo o documento, os jovens que abandonam a escola precocemente custam R$ 755 milhões por ano à sociedade brasileira. Dados de 2005 do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicam que cerca de 90% dos jovens desempregados são de famílias com renda per capita inferior a dois salários mínimos.

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