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Ato por emprego reúne 800 pessoas em São José

Movimentos sindicais e populares protestam contra as mais de 1.400 demissões ocorridas na região este ano

Por Valéria Rossi
Atualização:

Cerca de 800 pessoas participaram na manhã deste sábado de um ato público em defesa do emprego na região de São José dos Campos. O movimento intitulado "Nem demissão, nem redução de salários e direitos. Estabilidade no emprego já", foi organizado por sindicatos e movimentos populares, que protestam contra as mais de 1400 demissões ocorridas na região este ano.   A concentração começou por volta das 10h30 na Praça Afonso Pena, centro de São José. Com bandeiras, faixas e cartazes, os manifestantes também saíram em passeata pelas ruas centrais pedindo apoio do comércio local. Para o diretor do sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Vivaldo Moreira, a mobilização é uma forma de sensibilizar o governo para crise que as empresas vêm criando na região. "Essas demissões são absurdas. O governo está injetando dinheiro na indústria para garantir a estabilidade dos empregados, mas o recurso está sendo usado para colocar o povo na rua. O governo tem que enxergar esse abuso."   Há poucas semanas, a GM demitiu 802 trabalhadores e outras empresas da região, como Embraer, Eaton, Gerdau, também estão fazendo cortes sob a justificativa da crise mundial. O sindicalista garante que essa é a pior crise na região desde 1992 - quando a indústria cortou vários postos de serviços, devido algumas medidas impostas pelo governo Collor.   Na sexta-feira, a GM (General Motors) anunciou que vai dar férias coletivas para outros 200 funcionários da unidade de São José. Para o sindicalista, a medida provoca mais insegurança entre os trabalhadores. "As pessoas estão com medo de perder seus empregos e as férias coletivas só reforçam essa sensação." Moreira assegura que o ato público é uma forma de pressionar e evitar esse tipo de ação. Em fevereiro, está prevista uma manifestação unificada dos sindicatos dos metalúrgicos de São José, Campinas, Limeira e Santos, em frente à Fiesp, em São Paulo. O movimento conta com o apoio da CONLUTAS, dos sindicatos dos Metalúrgicos, dos Químicos, dos Petroleiros dessas cidades e outras regiões do estado.   Fora das ruas, o manifesto acontece pela internet, através do site do sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. "Os atos são transmitidos ao vivo. Essa é uma forma de atingirmos um maior número de pessoas e reforçar o movimento pelo emprego no País", disse Moreira.   Demitido há um mês, Adilson Silva, de 46 anos, erguia um cartaz questionando o futuro do desempregado: "O que vamos fazer agora para sustentar nossas famílias?". Ele conta que há 20 anos trabalha no setor metalúrgico. "Não sei o que fazer agora. Estou com uma idade avançada para arranjar outro emprego." Como ele, outros manifestantes levavam mensagens pedindo o emprego de volta.   Durante protesto, sindicalistas fizeram a leitura de uma carta aberta encaminhada pela Diocese de São José dos Campos. Numa mensagem de apoio, o bispo diocesano, Dom Moacir Silva diz estar orando pelos desempregados da região. Ele também pede a manutenção do emprego e a criação de novos postos de trabalho no País. O ato em São José foi acompanhado pela Polícia Militar e Guarda Municipal.

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