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Atraso da Anac ameaça plano de investimento da Varig, diz VarigLog

Segundo o principal executivo da empresa que comprou a Varig, Lap Chan, o grupo vem protelando investimentos na expansão da companhia

Por Agencia Estado
Atualização:

Em depoimento nesta quinta-feira à CPI do caso Varig, na Alerj, o principal executivo da VarigLog, empresa que comprou a Varig, Lap Chan, criticou demora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de homologar a criação da nova Varig. Segundo ele, esse atraso vem ameaçando o plano de investimento da empresa aérea. Chan revelou que o grupo vem protelando investimentos na expansão da companhia por conta do atraso na liberação pela Anac do Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo (Cheta). "A paciência chega uma hora que tem limite", disse. Chan informou que todos os documentos exigidos pelo órgão já foram encaminhados e disse não entender o porquê da Anac ainda não Ter resolvido a questão. Em seu depoimento, Chan afirmou que as empresas concorrentes são as principais beneficiadas por esse atraso que limita o crescimento da nova Varig. O presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT) informou que irá convocar o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, para depor, provavelmente no dia 10 de outubro. Apesar da demora, o executivo acredita que a homologação da nova Varig como companhia aérea saia em duas a três semanas. Ele lembrou que sem esse certificado, fica difícil negociar com as empresas arrendadoras de aviões novos contratos. A VarigLog já tem fechado um pré-contrato de 14 aeronaves que voavam pela antiga Varig e que hoje estão em manutenção no Brasil. Entretanto, segundo ele, as empresas arrendadoras de avião não querem fechar um acordo até que a nova Varig tenha o certificado da Anac. "Estamos negociando os arrendadores. Mas eles querem negociar com uma nova empresa (a nova Varig). Eles não querem fechar acordos com a antiga", afirmou. Chan revelou que diariamente vem tentando protelar com as leasings um prazo maior para fechar os acordos para que as aeronaves não sejam destinadas a outras empresas que não a nova Varig. No depoimento, Chan reafirmou que o seu principal interesse em adquirir a Varig foi o grande potencial de crescimento no mercado brasileiro de aviação. Benefícios Chan negou que tenha sido beneficiado no leilão de compra da empresa aérea, realizado no dia 20 de julho. Ele informou ter sido convidado a participar do negócio por Marco Antônio Audi, atual vice-presidente do conselho de administração da VarigLog. Durante seu depoimento, o empresário chinês foi muito questionado sobre o quanto pagou pela empresa e quais suas relações com os juízes responsáveis pelo processo de recuperação judicial da companhia aérea. O presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT), chegou a dizer que apenas a VarigLog quis "aquele mico". Chan rebateu alegando que, quando o grupo fez o investimento, já tinha noção dos riscos envolvidos no negócio. O empresário reafirmou nesta quinta que poderá sair do negócio caso a empresa tenha que assumir o passivo trabalhista da antiga companhia aérea. "Se for assim, não tem como ela ser viável no dia-a-dia", disse. Em seu depoimento à CPI do caso Varig, Chan afirmou que pretende manter a sede da Varig no Rio de Janeiro e que é favorável a um novo acordo com o governo do Estado, como o proposto pelo secretário-chefe do gabinete da governadora, Fernando Peregrino. Pelo acordo, o governo desistiria de entrar com uma ação contra a empresa. Em troca, a companhia manteria o nível de empregos no Rio e a expansão de suas atividades no estado. O secretário lembrou que o turismo responde por 4% do Produto Interno Bruto do Rio de Janeiro e o Estado continua sendo o principal destino turístico do País. Matéria alterada às 16h05 para acréscimo de informações

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