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Atraso nos pagamentos federais prejudica programa ‘Minha Casa’

Problemas no repasse de recursos afetaram tanto o programa habitacional como obras em rodovias e aeroportos

Por RENÉE PEREIRA
Atualização:

 Várias obras espalhadas pelo Brasil inteiro também estão sentindo os reflexos da falta de dinheiro do governo federal. No programa habitacional Minha Casa Minha Vida, há milhares de unidades paradas por causa de atraso no pagamento às construtoras, apesar de o Ministério de Cidades negar problemas.

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Segundo dados da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), a dívida do governo com as empresas somava algo em torno de R$ 1,2 bilhão até semana passada (uma parte desse valor foi paga). “As empresas não estão conseguindo absorver esses atrasos”, disse o presidente da associação, Luciano Amadio.

Em Suzano, região metropolitana de São Paulo, quatro residenciais foram paralisados por falta de pagamento. Em Americana, no interior paulista, há quase 900 unidades aguardando regularização. As construtoras não quiseram se pronunciar.

Em Suzano, empreendimento parou por falta de verba Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

No Rio Grande do Norte, seis empresas responsáveis pela construção de 4,2 mil unidades do programa também paralisaram as obras e deram aviso prévio a parte dos 5 mil funcionários. “Esta semana o governo pagou R$ 6 milhões e a dívida caiu para R$ 24 milhões. Mas novas faturas foram emitidas e a dívida voltou a ficar como antes”, disse o vice-presidente de obras públicas do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-RN), Marcus Aguiar.

Além do Minha Casa Minha Vida, obras de rodovias e de aeroportos também estão com problemas. “Trechos da BR-235, na Bahia, estão paradas por falta de pagamento”, diz Irailson Warneaux, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção da Bahia (Sintepav-BA). 

No Aeroporto de Confins, o consórcio Cowan-Conserva teve de reduzir o volume de obras previsto no contrato por causa de “dificuldades da Infraero de cumprir financeiramente o contrato”. A estatal afirmou que, com as concessões de aeroportos, passou a ser dependente de aportes do governo federal para realizar investimentos, o que levou a uma revisão nos pagamentos. 

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