BRASÍLIA - Os atrasos de R$ 500 milhões do governo federal às construtoras do Minha Casa Minha Vida (MCMV) inviabilizam as obras e favorecem a invasão dos empreendimentos, diz José Leandro Bretanha, dono da Construtora Hudson. "A obra está quase se tornando inviável e interminável porque o governo não paga", afirma. "O principal risco é de invasão." Bretanha é responsável pela construção pela construção de 480 moradias em Itaquera, zona leste de São Paulo. A obra tem 100 trabalhadores. Hoje é dia do pagamento, mas o empresário afirma que não tem como pagar até o dia 10 (sábado). Só para esta obra, o atraso chega a R$ 800 mil, segundo Bretanha.
Nesta terça-feira, 7, o
Estado
revelou que o governo está com
atrasos de dois meses no pagamento das obras do Minha Casa Minha Vida
. De acordo com as construtoras, os desembolsos atrasados chegam a R$ 500 milhões.
Segundo a
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic)
, o atraso atinge 512 empresas e 200 mil funcionários, responsáveis pelas obras em andamento de 900 empreendimentos do programa de habitação popular.
Em nota, o
Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR)
afirmou que,"ciente do ritmo de execução do programa e do cenário macroeconômico do país", pediu ao
e à
que ampliem o limite financeiro para garantir os pagamentos do
MCMV
no segundo semestre. A solicitação foi feita em abril e reforçada em junho, segundo o ministério.
Para o mês de agosto, o
MDR
tem R$ 239 milhões, dos quais R$ 160 milhões vão para o Minha Casa. O valor é insuficiente para bancar as despesas com o programa, que giram em torno de R$ 300 a R$ 350 milhões por mês.
Nesta terça, o governo mandou ao
um projeto com pedido de crédito extra de R$ 3 bilhões. Segundo fontes do
, parte desses recursos deve ser direcionada ao programa de habitação popular.