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Auditores fiscais mantêm greve

Os auditores fiscais decidiram, nesta quarta-feira, manter a paralisação em portos, aeroportos e estações aduaneiras do País por tempo indeterminado

Por Agencia Estado
Atualização:

Os auditores fiscais decidiram, nesta quarta-feira, manter a paralisação em portos, aeroportos e estações aduaneiras do País por tempo indeterminado. Havia uma expectativa de suspensão da greve caso o Congresso Nacional votasse um projeto de lei que prevê a reestruturação de cargos e a elevação do nível salarial da categoria. Apesar de estar na pauta, a medida acabou não sendo apreciada. Iniciada de forma parcial no dia 9 de abril, a greve tornou-se diária há duas semanas. Seus efeitos já começam a ser sentidos na produção, principalmente em setores que dependem de insumos importados, como eletroeletrônicos, automotivo e de máquinas e equipamentos. A greve é apontada também como responsável pelo baixo volume de comércio internacional do País nos últimos dois meses. Liberação Hoje, a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) enviou uma carta ao secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, com sugestões paliativas para minimizar o impacto da greve no setor. Entre elas, está a liberação de carga sem fiscalização para empresas que não tenham dívidas com a receita, mediante um termo de compromisso da própria importadora. A liberação de mercadoria para exportação também está sendo sugerida para aquelas empresas que exportam com regularidade. A Abimaq está fazendo um levantamento para quantificar o impacto da greve no setor. A associação acredita que, em maior ou menor grau, a greve esteja afetando todas as mais de mil empresas afiliadas. De acordo com a entidade, algumas fábricas já começaram a interromper uma ou mais linhas de produção. "Está havendo um tremendo aumento do estoque de produtos que dependem de alguns componentes para serem finalizados", diz um executivo da Abimaq. "É um empate de capital enorme e vai gerar um grave prejuízo." O setor de máquinas e equipamentos fatura cerca de R$ 2 5 bilhões por mês. "Dá para imaginar o impacto se a greve continuar por mais tempo." A não-liberação de componentes importados - só o Porto de Santos, que aderiu tarde à greve, acumula 3,5 mil contêineres - está sendo apontada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba como a razão que levou a montadora Renault a dar férias coletivas a seus funcionários este mês. Na Scania, segundo o Departamento de Comunicação, a falta de componentes importados só não afetou a produção ainda pois as vendas estão muito baixas. A General Motors não confirma oficialmente, mas uma fonte na empresa diz que o estoque de componentes importados deve chegar ao limite em poucos dias. Credibilidade Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Têxteis (Abit), Paulo Skaf, a greve é "lamentável" e afeta a credibilidade do exportador no exterior. "A questão é gravíssima e é difícil entender que esteja levando tanto tempo para ser resolvida uma vez que temos um presidente que há pouco tempo falou em ´exportar ou morrer´". O ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, deve receber uma comissão de parlamentares para discutir o assunto na terça-feira (18).

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