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Aumenta a venda de combustíveis líquidos no Brasil

As vendas somaram 7,43 bilhões de litros em maio, com aumento de 6,43% em relação a abril

Por Agencia Estado
Atualização:

A venda de combustíveis líquidos no País registrou aumento em maio após a queda em abril, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ao todo, as vendas somaram 7,43 bilhões de litros em maio, com aumento de 6,43% em relação a abril e de 2,09% em relação a maio do ano passado. Mesmo com a reação em maio, as vendas deste ano continuam fracas. No acumulado em cinco meses o aumento foi de apenas 1,01% em relação a igual período do ano passado, puxado pelo maior consumo de álcool hidratado, gasolina e GLP (gás de botijão). Os combustíveis mais utilizados pelo setor industrial, como óleo combustível e diesel, continuam abaixo do observado em igual período do ano passado. Segundo a ANP, as vendas de óleo diesel pelas distribuidoras em maio somaram 3,185 bilhões de litros, com queda de 0,27% em relação ao registrado em maio de 2005. Em relação a abril houve aumento de 5,71%, mas o acumulado no ano ainda é negativo em 1,39%. As vendas do derivado têm sido afetadas pela crise no setor agrícola, conforme os técnicos da Petrobras. Já as vendas de óleo combustível somaram 413 milhões de litros em maio, com queda de 3,21% em relação a maio de 2005 e de 6,35% no acumulado do ano. Em relação a abril, mês que teve 30 dias e dois feriados nacionais, houve aumento de 1,03%. O óleo combustível tem sido substituído pelo gás natural no setor industrial. Os combustíveis utilizados pelos veículos leves, como a gasolina C (misturada ao álcool anidro na proporção de 20%), e o próprio álcool hidratado, registraram reação em maio em relação a abril. A gasolina, que é o segundo derivado de petróleo mais consumido no País, registrou vendas de 1,985 bilhão de litros em maio, com aumento de 1,74% em relação a igual mês de 2005 e de 2,39% sobre abril. O acumulado no ano registra variação de 2,16%, abaixo das previsões da Petrobras, que prevê aumento na faixa dos 3,0% ao ano. O álcool hidratado foi o combustível que registrou maior aumento no consumo em maio, quando atingiu 398 milhões de litros, com variação de 10,55% em relação a maio de 2005 e de expressivos 16,06% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano as vendas desse combustível pelas distribuidoras registram aumento de 18,65%, pelos dados da ANP. O consumo de maio, porém, ficou abaixo do observado no final de 2005, quando chegou a bater os 508 milhões de litros em dezembro. Parte do consumo no final do ano passado, porém, foi inflado pelas mudanças na regulação do setor, com a introdução de corantes no álcool anidro e a redução do mercado informal. A reação no consumo em maio reflete a queda nos preços do produto, após atingir níveis muito elevados em março/abril, reduzindo a vantagem financeira do produto em relação à gasolina. No GLP o consumo de maio somou 1,044 bilhão de metros cúbicos, com aumento de 7,77% em relação a maio do ano passado e 13,78% sobre abril. No acumulado do ano, o aumento ficou em 1,85%, também abaixo das expectativas dos técnicos do setor. Tradicionalmente há aumento no consumo desse combustível com a aproximação do inverno e o aumento da calefação nas residências e nas empresas. A querosene de aviação movimentou 394 milhões de litros em maio, com aumento de 7,48% sobre maio de 2005 e de 12,56% em relação a abril. No acumulado em cinco meses, o aumento no consumo também foi expressivo, com acréscimo de 6,14%. Os outros combustíveis líquidos acompanhados pela ANP (gasolina de aviação e querosene iluminante) têm participação apenas residual na cadeia do refino. No caso da querosene de aviação, foram vendidos 3,98 milhões de litros, com aumento de 2,84% sobre maio do ano passado e de 4,35% sobre abril. No acumulado do ano, houve queda de 14,8%. No querosene iluminante foram comercializados 3,55 milhões de litros, com queda de 14,24% sobre maio do ano passo e de 31,50% no acumulado no ano, apesar de aumento de 19,79% em relação a abril. Queima de gás A Petrobras queimou cerca de 6,66 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia em maio, segundo dados da ANP. Esse volume seria suficiente para abastecer toda a frota de veículos leves no País movidos a gás natural veicular (GNV), estimada em 1,2 milhão de unidades, ou para gerar cerca de 1.500 MW médios de energia elétrica nas grandes térmicas da empresa. O patamar de maio representou aumento de 58,4% em relação à média de abril (4,2 milhões de metros cúbicos) e coincide com o início de operação efetiva da plataforma P-50. Por ser associado ao petróleo, sempre que há aumento na extração do óleo a estatal queima o gás, já que ainda não tem infra-estrutura para o seu aproveitamento. Pelos dados da ANP, a produção de gás natural em maio oscilou em torno de 49,769 milhões de metros cúbicos, com queda de 1,03% em relação ao observado no mesmo mês de 2005. No acumulado do ano, a produção total ainda acumula queda de 2,58% e reforça os argumentos da Petrobras de que o País continuará precisando do gás da Bolívia. Pelos dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Natural Canalizado (Abegás) o consumo nesse mesmo período registrou aumento de 6,97% em relação aos primeiros cinco meses de 2005. Ou seja, enquanto o consumo é cada vez maior, a produção tem ficado abaixo do registrado no ano passado. Mesmo com o forte aumento de maio, os desperdícios deste ano estão abaixo do observado no início do ano passado. Ainda segundo a ANP, em maio de 2005, a empresa queimou o equivalente a 10,138 milhões de metros cúbicos, recorde absoluto na história da empresa. Desde então, a queima vinha se reduzindo, até baixar para cerca de 4 milhões de metros cúbicos em janeiro/fevereiro deste ano. Desde então, porém, o movimento de queima voltou a crescer. Além disso, a Petrobras está utilizando o combustível em volume crescente para as suas próprias necessidades. Em maio, a empresa consumiu o equivalente a 7,4 milhões de metros cúbicos diários de gás natural em suas térmicas e plataformas. O aumento no consumo reflete também a decisão da Agência Nacional e Energia Elétrica (Aneel) de gerar energia elétrica em suas térmicas no Sudeste para compensar a falta de gás natural no Nordeste, apesar dos acordos assinados nesse sentido. O consumo próprio de maio significa aumento de 10,77% em relação a maio de 2005 e de 17,04% no acumulado do ano em relação a igual período do ano passado. Com o aumento da queima e de maior consumo próprio, a disponibilidade para o mercado interno ficou em 26,933 milhões de metros cúbicos, com aumento de 3,60% sobre maio de 2005. No acumulado do ano, o aumento ficou em 1,86% sobre igual período do ano passado. Além da oferta da Petrobras, o mercado interno conta com a oferta da Bolívia, de até 30 milhões de metros cúbicos diários. Nos últimos meses, as importações de gás natural do país vizinho têm ficado em torno de 26 milhões de metros cúbicos diários, praticamente a mesma quantidade ofertada pela Petrobras. A diferença, em relação à produção total, é referente à reinjeção do combustível, especialmente no Amazonas, onde a empresa não concluiu a construção do gasoduto para o seu aproveitamento.

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