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Aumenta número de países à beira de colapso

Segundo relatório publicado pelo Grupo de Avaliação Independiente, número de países em situação crítica aumentou de 17 para 26 nos últimos três anos

Por Agencia Estado
Atualização:

O número de países em situação crítica aumentou de 17 para 26 nos últimos três anos, segundo um relatório publicado nesta quinta-feira, que apontou Haiti e Afeganistão, entre outros, como uma "séria" ameaça à segurança regional e global. O Haiti é o único país da região da América Latina e Caribe que figura no estudo publicado pelo Grupo de Avaliação Independiente (IEG, sigla em inglês), unidade autônoma do Banco Mundial (BM) que analisa a eficiência dos programas financiados pelo órgão. A análise diz que, num mundo cada vez mais interligado, a instabilidade num país ou numa região tem o potencial de afetar territórios muito afastados de suas fronteiras. "Em nosso mundo globalizado nenhum país pode se isolar do que acontece em outras partes do planeta", disse num comunicado Ajay Chhibber, o segundo na hierarquia do IEG. Ele lembrou que "a instabilidade em um país pode facilmente afetar uma região inteira". O estudo "O compromisso com os estados frágeis: uma revisão do IEG do apoio do Banco Mundial aos países de baixa renda em situação crítica" recomenda à comunidade internacional e ao Banco que tomem posições firmes. A África reúne a maioria das nações "frágeis". São 16, entre elas Angola, Burundi e a República do Congo. Outras cinco estão na região do leste asiático e Pacífico, como o Camboja e o Timor Leste. Kosovo, na zona da Europa e Ásia Central; Gaza e Cisjordânia, no Oriente Médio; e Afeganistão e Mianmar, na Ásia, também estão na lista. O Banco Mundial considera Estado frágil aquele que sofre complexos conflitos internos ou atravessa uma difícil transição posterior a um conflito. "A instabilidade oferece freqüentemente um refúgio seguro para o terrorismo, a produção de narcóticos e o tráfico de armas", afirma o relatório, que descreve um cenário de "falta de segurança, corrupção significativa, alteração da ordem e limitados recursos públicos para o desenvolvimento". A desatenção a esses países, onde vivem quase 500 milhões de pessoas, equivale a "piorar sua miséria" e aumentar a instabilidade global, disse em comunicado Vinod Thomas, diretor-geral do IEG. Numa nota positiva, o estudo diz que o Banco emprestou US$ 4,1 bilhões nos últimos dois anos aos países em crise. O IEG elogiou o compromisso com as nações mais instáveis do planeta. Mas lembrou que é necessária também uma agenda de reformas "clara e relevante". A primeira recomendação do Grupo é o desenvolvimento dos recursos locais, segundo Soniya Carvalho, principal autora do relatório. A segunda é evitar o excesso de ambições, já que agendas muito amplas de reforma não costumam ter sucesso nas nações frágeis. O conselho final é de criar transparência na entrega de ajuda, que vai desde US$ 200 per capita do Timor Leste a US$ 15 na República Central Africana.

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