Desse modo, a resposta das autoridades, das três esferas de governo, às demandas da sociedade não deve implicar o agravamento de uma situação que já é complicada no que tange à mobilidade urbana e à infraestrutura em geral. No caso específico dos transportes urbanos, parece-me que o estopim das manifestações teve muito mais a ver com a persistente má qualidade dos serviços do que com o preço da tarifa, muito embora a aceleração inflacionária recente - que deveria ter sido oportuna e adequadamente atacada pela política macroeconômica - tenha desempenhado um papel relevante na insatisfação popular.
* GUSTAVO LOYOLA É DOUTOR EM ECONOMIA PELA EPGE/FGV, SÓCIO-DIRETOR DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA INTEGRADA E FOI PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL DO BRASIL.