29 de março de 2010 | 14h07
Eles exigem uma alta das tarifas e de salários e a disputa, que dava sustentação aos futuros de Chicago, acontece no momento em que cresce o trânsito para o porto após o recente início da colheita de soja na Argentina, o terceiro maior exportador mundial do grão e o maior fornecedor de derivados.
Em uma ampliação do protesto que começou na semana passada, a Cooperativa de Trabalhos Portuários e o Sindicato Unido Portuários Argentinos (Supa) --ao qual estão afiliados os trabalhadores da cooperativa-- ampliaram os bloqueios à maioria dos terminais do porto de San Martín e Timbúes, nas cercanias da cidade de Rosario, província de Santa Fe.
"Estamos esperando que os terminais chamem e com certeza nos sentaremos outra vez para negociar. As negociações não foram cortadas", disse à Reuters o presidente da cooperativa, Herme Juárez.
O protesto impede o acesso ao Terminal 6 --de propriedade da Bunge e da Aceitera General Deheza-- além dos terminais da Cargill e os pertencentes à Toepfer, Nidera, Dreyfuss, Minera La Alumbrera e Noble.
O único terminal que não estava bloqueado era o da empresa Buyatti.
IMPACTO NAS OPERAÇÕES
A Cooperativa de Trabalhos Portuários pede às empresas exportadoras um aumento de tarifas de até 100 por cento em dólares, em meio a a uma safra de soja que deve chegar a um recorde entre 51 e 55 milhões de toneladas.
As empresas exportadoras ofereciam uma alta de 25 por cento na tarifa e um compromisso de elevá-la novamente em 15 por cento no próximo ano, mas até o momento a oferta não foi aceita pela cooperativa.
"Fizemos uma oferta mais do que razoável", disse uma fonte da indústria que preferiu não ser identificada.
A fonte disse que o conflito impede que as empresas de grãos embarquem mais de 200 mil toneladas por dia, o que já provocou perdas milionárias.
A disputa ocorre no momento em que analistas privados estimam que a inflação da Argentina será de entre 20 e 30 por cento em 2010.
Outros sindicatos no país avaliam medidas de força nos próximos dias para pedir altas salariais que compensem as perdas de poder aquisitivo devido à aceleração dos preços ao consumidor.
Os bloqueios portuários, que até a semana passada alcançavam apenas três terminais, levaram a um acúmulo de cerca de 5 mil caminhões nas imediações do porto San Martín, gerando um caos no trânsito.
(Com reportagem adicional de Maximiliano Rizzi, Maximilian Heath, Gabriel Burin e Walter Bianchi em Buenos Aires)
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