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Aumento da Selic seria um equívoco, diz Serra

Por Vannildo Mendes e BRASÍLIA
Atualização:

À véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou ontem que dois equívocos não podem ser cometidos em meio à crise financeira global: deixar quebrar uma instituição financeira importante e aumentar juros. "São dois equívocos que só prejudicariam o enfrentamento da crise." O Brasil tem juros entre os mais altos do mundo e há temor de que o Copom eleve a taxa ainda mais para conter a fuga de capitais e a inflação. Apesar da observação, Serra considerou positiva a medida provisória baixada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, que permite que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal comprem instituições financeiras em dificuldade em conseqüência da turbulência global. A MP, para ele, traz um conjunto de medidas e precisa ser vista na sua amplitude, e não apenas num detalhe. "Em linhas gerais, sou a favor." Serra, que assinou ontem um convênio de cooperação na área habitacional com o governo do Distrito Federal, lembrou que a MP permite até a incorporação de empresas imobiliárias e traz alguns antídotos para impedir a propagação da crise. No essencial, acrescentou, "eu acho correta a compra de instituições financeiras privadas em dificuldade". Se houver a quebra de uma, isso pode ter "efeito propagador", destacou. CRÉDITO Para o governador de São Paulo, o problema central da economia hoje, no Brasil, é a restrição de crédito. Para enfrentar a limitação, ele anunciou que a Nossa Caixa, banco estadual paulista, vai criar uma linha de apoio às financiadoras de consumo duráveis, inclusive automóveis e caminhões, para atender à demanda. "Nas opções de caminhões, por exemplo, as encomendas já estão sendo retidas porque não há crédito." Para dar musculatura ao programa, Serra informou que vai fechar parceria com o Banco do Brasil, que já teria sinalizado apoio à nova linha. "Não resolve, nem é a salvação da lavoura, mas são medidas pontuais importantes, para o emprego e também para a arrecadação tributária, já que a indústria automobilística tem um peso muito grande na arrecadação."

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