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Aumento das importações pode reduzir PIB

Por AE
Atualização:

O crescimento acelerado das importações em relação às exportações vai não apenas elevar o déficit externo do Brasil do ano que vem, mas terá como efeito indireto a queda da taxa de crescimento do País. Economistas do governo calculam que o setor externo dará contribuição negativa de 2% ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2010. Segundo fontes da equipe econômica, esse é um dos fatores que explicam o maior conservadorismo na projeção do governo para o crescimento de 2010, que é de 5%. O fenômeno de perda do PIB pelo aumento das importações é chamado pelos economistas de "vazamento externo". É uma espécie de "dreno" do crescimento para o exterior, porque parte da demanda que poderia ser atendida pela produção interna é suprida pelas importações. O vazamento é decorrente da falta de poupança interna da economia, que dificulta o atendimento da demanda mais alta pela produção nacional. Segundo uma fonte do governo, no entanto, é uma oportunidade para as empresas se modernizarem com a importação de máquinas e equipamentos baratos e ganharem competitividade internacional. O fato de haver queda no crescimento por causa da contribuição negativa do setor externo não significa que o PIB cresceria mais se as exportações e importações aumentassem no mesmo ritmo. Isso porque, explicou uma fonte, se as importações não suprirem a falta de produto nacional, a consequência é inflação alta ou uma elevação antecipada dos juros pelo Banco Central, para evitar o risco de aceleração de preços. Nos anos de maior crescimento econômico, como 2007 e 2008, o vazamento externo ajudou o País a se expandir, puxado pelo dinamismo do mercado interno, com menor impacto inflacionário. Isso até chegou a ser mencionado em atas das reuniões do Comitê Política Monetária (Copom) como fator que ajudou a manter comportada a inflação brasileira. Para o governo, o vazamento externo não ameaça a economia, porque o aumento do déficit de transações correntes com o exterior, ao contrário do passado recente, é hoje completamente financiado pelo ingresso de dólares dos investimentos estrangeiros diretos (IED). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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