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Aumento de exportações sustenta saldo comercial, diz Funcex

Por Agencia Estado
Atualização:

O saldo comercial, acumulado em US$ 10,060 bilhões até outubro, está crescendo devido ao aumento das exportações e não pela redução das importações, destaca o Boletim da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) de outubro, divulgado hoje. "O fato mais importante quanto aos últimos dados da balança comercial é que os elevados saldos comerciais não se devem a uma queda expressiva das importações, como fora a regra entre meados de 2001 e junho deste ano. Embora as importações permaneçam em queda, o ritmo recente da balança comercial tem sido ditado pelo grande dinamismo das exportações, e mais especificamente das quantidades exportadas", diz o texto. O rápido crescimento das vendas externas a partir de julho também é enfatizado. Lembrando que até junho as exportações no ano acumulavam queda de 13,4% em relação ao mesmo período do ano passado, a Funcex observa que este ano deve terminar com crescimento das exportações, se for mantido desempenho dos últimos meses. "Este desempenho excepcional das exportações é ainda mais impressionante quando levamos em conta três fatores (...): a expressiva queda dos preços de exportação, a profunda redução das vendas para a Argentina e a estagnação do volume do comércio mundial", diz. O Boletim Funcex refere-se ao recorde de US$ 6,5 bilhões de exportações no mês de setembro, que representou um crescimento de 36,5% das exportações em relação ao mesmo mês do ano passado. O estudo da Funcex foi feito antes da divulgação feita ontem dos dados da balança comercial de outubro, que teve saldo de US$ 2,204 bilhões, com exportações recorde para meses de outubro de US$ 6,474 bilhões e importações de US$ 4,270 bilhões. O estudo mostra ainda que as quantidades exportadas têm crescido bem mais que os valores totais das exportações. Até setembro, quando o total de exportações pelo valor ainda mostrava queda de 1,9% acumulada no ano em relação a janeiro a setembro de 2001, a quantidade exportada já mostrava crescimento de 3,5% no mesmo período. "Esta expansão do quantum não se reflete ainda em termos de valor devido ao mau comportamento dos preços, que mantêm uma trajetória de queda que já dura, a rigor, cinco anos - com um breve lapso de recuperação ao longo de 2000", diz a Funcex. Substituição - O boletim diz ainda que há claros indícios de substituição das importações, principalmente nos bens de consumo, e nenhum sinal de recuperação das compras de produtos estrangeiros. A queda das importações em 12 meses, até setembro, foi de 12,7% em relação aos 12 meses anteriores. "De fato, a magnitude da queda dos quanta de importação sugere um expressivo processo de substituição de importação nos últimos tempos, como reflexo do brutal encarecimento dos produtos importados, em conseqüência da desvalorização do real", diz o texto. O boletim observa também que, com a alta do dólar, o câmbio real e a rentabilidade das exportações apresentam ganhos expressivos este ano. A desvalorização do real em 12 meses até setembro, quando a cotação média foi de R$ 3,34 por dólar, foi de 25,1%. O aumento do índice de rentabilidade das exportações até setembro, calculado pela Funcex, foi de 22% desde dezembro do ano passado e de 34,3% desde a flutuação do câmbio em janeiro de 1999.

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