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Aumento de juros prejudica retomada da economia, diz Afif

Por Agencia Estado
Atualização:

Na avaliação do presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de aumentar a taxa básica de juros em 0,25% foi negativa e pode prejudicar a retomada da economia pelo seu efeito sobre as expectativas. Segundo Afif, para conter a inflação seria melhor elevar o superávit fiscal aproveitando-se o crescimento da receita resultante da melhora da atividade econômica. Ele disse que a alta dos juros pode prejudicar a recuperação da economia, com duplo efeito sobre as finanças públicas: aumento do custo da dívida e queda da receita fiscal. Fecomércio Para o presidente da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz, a elevação dos juros básicos da economia dificulta a recuperação dos investimentos, necessários para o crescimento sustentado do país. Segundo ele, a situação é pior para as pequenas e micro empresas, que sofrem ainda mais com os elevados custos dos empréstimos. Diniz disse que à medida que ocorram novos investimentos na produção de insumos, como aço e plástico, importantes na cadeia produtiva de eletrodomésticos e automóveis, por exemplo, os preços tendem a retornar. "Após anos de queda na renda real e elevação do desemprego, não há como estabelecermos que o eventual crescimento de 5% ou 6% da massa salarial em 2004 seja uma bomba relógio que irá disseminar a inflação pelos próximos meses", disse. O presidente da Fecomércio avalia que é difícil o País crescer de forma sustentada com custo do capital de giro para empresas de 34,8%, desconto de duplicatas a 40,1% ao ano ou com uma taxa média de juros de 62,8% no crédito para os consumidores. Sebrae-SP O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP, Alencar Burti, disse que o melhor caminho para o país acabar com a "tensão pré-Copom" é incentivar e desonerar os investimentos em produção, tanto para o capital nacional como para o externo. "Se a inflação está sendo pressionada pela demanda, o caminho é desonerar os investimentos para aumentar a produção. Quando a produção supera a demanda, os preços se ajustam pelo mercado", disse. Para Alencar Burti, com o aumento da competitividade, da produção e do consumo não apenas os juros que podem cair, mas também os impostos, o que ajudaria a reduzir ainda mais os preços.

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