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Aumento do otimismo sugere aceleração de investimentos na indústria, diz FGV

Segundo o superintende de Estatísticas Públicas da instituição, Aloisio Campelo Junior, o cenário mais favorável deve estimular empresários a apara de demitir

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Por Thaís Barcellos (Broadcast)
Atualização:

SÃO PAULO - O avanço no Índice de Expectativas (IE) do Índice de Confiança da Indústria (ICI), principalmente pelo indicador de negócios nos próximos seis meses, sugere uma aceleração dos investimentos do setor, segundo o superintende de Estatísticas Públicas da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Junior. 

"A evolução da situação dos negócios nos seis meses seguintes é a melhor notícia dessa pesquisa. Esse índice não vinha evoluindo tão favoravelmente e costuma ser um indicador de antecipação de tendência de investimentos, porque envolve uma percepção melhor do empresário do ambiente de negócios e da lucratividade", explicou o professor.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 2,1 pontos em setembro, para 88,2 pontos, após queda de 1,0 ponto em agosto Foto: Kiyoshi Ota/Reuters

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Mesmo com a redução pelo segundo mês consecutivo da demanda interna e com o enfraquecimento das vendas externas, o setor prevê um cenário melhor para o futuro, segundo Campelo. Esse cenário mais favorável, na visão de Campelo, está relacionado a uma expectativa com um início de afrouxamento da política monetária pelo Banco Central. 

"Aparentemente, o setor industrial acredita que, com uma facilitação de crédito, vai haver um aumento do consumo, principalmente de duráveis. Ainda que o empresário erre projeções, ele toma decisões com base no cenário. A proporção dos otimistas está aumentando, então podem parar de demitir e investir", afirmou, lembrando, contudo que os níveis de investimento estão muito baixos atualmente.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 2,1 pontos em setembro, para 88,2 pontos, após queda de 1,0 ponto em agosto. Desde março, o indicador acumula alta de 13,5 pontos. Campelo aponta que com a melhora do indicador no mês e do saldo positivo no trimestre, a trajetória da confiança continua ascendente, mas que não é forte ainda e precisa da confirmação de outros fatores para se firmar. 

"Agora, além da diminuição do pessimismo, podemos dizer que estamos tendo também um sinalizador de otimismo, que fica mais claro no horizonte de seis meses." 

Um fator para estar menos otimista com os índices de produção é o ajuste de estoques. Segundo Campelo, a indústria está terminando esse ajuste. "Ainda há estoque nos segmentos automobilístico e no de bens de capital, mas podemos dizer que o estoque já está em níveis normais em outros setores."

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Quanto às expectativas para a produção industrial no terceiro trimestre, Campelo disse que não é possível fazer previsões devido à volatilidade da confiança nos últimos meses e à expectativa da produção em agosto e setembro. 

Ele afirmou, contudo, que a expectativa é que o cenário é menos positivo que no segundo semestre, quando a produção aumentou 0,6% em relação ao trimestre anterior. Pesam nesse semestre o enfraquecimento das vendas externas e a demora da retomada da demanda interna. "É difícil prever se o setor vai terminar o trimestre no positivo, no negativo ou se vai ficar estável, o que é bastante provável", disse.

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