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Ausência da candidatura de Lula beneficia nomes de centro, diz Meirelles

Em entrevista, o ministro da Fazenda também afirmou que as reuniões no Fórum Econômico Mundial, em Davos, tem sido muito positivas para o País: 'estamos apresentando dados sólidos do crescimento brasileiro em 2017'

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Por Eduardo Rodrigues
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BRASÍLIA - Após a confirmação da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segunda instância nesta semana, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou que a possível ausência do petista na disputa eleitoral de 2018 deverá beneficiar os candidatos de centro. Apesar de ter a pena aumentada para 12 anos e 1 mês de prisão na quarta-feira, Lula irá recorrer da decisão em liberdade e foi lançado ontem oficialmente como pré-candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República. A candidatura do ex-presidente, no entanto, pode ser barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Independentemente da minha decisão sobre candidatura, não há dúvida que a ausência de Lula (na eleição) beneficia os candidatos de centro. Isso porque os candidatos extremistas têm dificuldades de voto, e os eleitores de Lula que não são militantes do PT tendem a votar em candidatos de centro”, afirmou Meirelles, em entrevista à rádio CBN.

Meirelles está em Davos para participar de uma série de reuniões bilaterais com empresários e autoridades de diversos países Foto: Laurent Gillieron/Keystone via AP

O ministro repetiu que o País deve gerar mais de 2,5 milhões de novos empregos em 2018 e garantiu que o Teto de Gastos será cumprido em 2018, como foi e 2017. “Já existe um controle de gastos bastante forte, mas o problema é a Previdência. Os gastos com a Previdência representam um porcentual crescente do orçamento”, reafirmou. Por isso, continuou Meirelles, a provação da reforma previdenciária seria “absolutamente necessária”. Segundo ele, o governo “mantém firme” a posição de votar o projeto nos moldes do substitutivo que já está no plenário da Câmara dos Deputados. “Acreditamos que haverá grande possibilidade de aprovar a Previdência agora. Mas o Congresso é soberano e não compete ao poder Executivo determinar o quê os parlamentares farão”, acrescentou. O ministro voltou a minimizar o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela S&P neste mês. Segundo ele, o corte na nota brasileira é uma questão pontual que tem a ver com as medidas de ajuste fiscal que tramitam no Congresso. “O rebaixamento do País uma parece coisa grandiosa, mas é uma coisa específica. A agência analisou o fato de que evolução fiscal depende da Reforma da Previdência. Ela não discutiu crescimento ou emprego, que é o que interessa a população”, afirmou. “O Congresso tem aprovado reformas importantes e demonstra que as medidas devem ser aprovadas”, enfatizou. Durante a entrevista, Meirelles ainda considerou que as reuniões no Fórum Econômico Mundial nesta semana em Davos, na Suíça, foram positivas para o Brasil. “No ano passado, existia uma expectativa positiva sobre o crescimento do Brasil, e agora já temos dados sólidos do crescimento brasileiro em 2017. Há ainda o consenso de que haverá crescimento forte em 2018, de 3,0%”, concluiu.

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