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Austin Asis aponta resultados recordes para companhias abertas

Por Agencia Estado
Atualização:

As companhias abertas (cotadas em Bolsa) que divulgaram seus balanços até o momento registraram lucratividade recorde no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da consultoria Austin Asis. O lucro líquido sobre patrimônio líquido (recursos próprios) de 70 empresas abertas que divulgaram balanços do primeiro trimestre deste ano foi de 20,34%, ante 6,81%. Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Asis, diz que os resultados extraordinários ocorreram basicamente pelas receitas apuradas pelas grandes companhias em seus negócios com exportações. Rodrigues observa que a queda nas cotações do dólar a partir de abril só se refletirá nos balanços do segundo trimestre, mas a cotação próxima a R$ 3,00 tem permitido ganhos excepcionais. As empresas analisadas tiveram lucro líquido acumulado no primeiro trimestre de 2003 de R$ 5,045 bilhões, ante R$ 1,550 bilhão no mesmo período do ano anterior, ou seja, com crescimento de 225%. A empresa de celulose Aracruz - basicamente exportadora - teve, por exemplo, um lucro líquido de R$ 305,667 milhões no primeiro trimestre de 2003, ante R$ 8,972 milhões no mesmo período do ano anterior. A Companhia Siderúrgica Nacional saiu de um prejuízo de R$ 197,412 milhões no primeiro trimestre de 2002 para um lucro de R$ 406,032 milhões no primeiro trimestre de 2003. O lucro líquido da Aracruz no primeiro trimestre deste ano foi de 46,99%, deixando para trás até mesmo os ganhos médios imbatíveis de 14% ao ano dos bancos brasileiros. Contraste com pequenas empresas O resultado dos balanços das grandes companhias abertas, principalmente das exportadoras que foram favorecidas pela alta do dólar, contrasta com o de pequenas empresas. José Luiz Ricca, presidente do SEBRAE-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), diz que os altos juros têm provocado uma desaceleração econômica, queda no faturamento e da produção das empresas de menor porte. Rodrigues, da Austin Asis, reforça que as grandes empresas aproveitaram o dólar alto (R$ 3,30 ao final de março) do primeiro trimestre para expandir as exportações, realizar adiantamentos de contratos de câmbio, quitar dívidas e apropriar-se de lucros excepcionais. Pedro Luiz Barreiros Passos, presidente de operações da Natura, concorda e diz que o dólar próximo a R$ 3,00 torna os produtos brasileiros bastante competitivos no comércio exterior, cobre fretes e até mesmo as barreiras alfandegárias e protecionistas de outros países.

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