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Avanço dos protestos pode afetar confiança dos investidores, diz HSBC

Em relatório, banco avalia que as manifestações podem ser outra fonte de incerteza sobre as perspectivas para a economia brasileira

Por Maria Regina Silva e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - O avanço dos protestos nas principais cidades do País causa preocupação também no âmbito econômico, podendo provocar rebaixamento das notas dos governos, atingir a aprovação dos governantes em todas as esferas e ainda afetar o sentimento dos investidores, principalmente os estrangeiros. A avaliação consta de relatório do HSBC distribuído na manhã desta terça-feira a clientes e à imprensa.

"É difícil colocar um dedo sobre as implicações econômicas, mas em nossa opinião, os protestos tornaram-se grandes o suficiente e podem se tornar outra fonte de incerteza para o mercado", diz a nota assinada pelos economistas Constantin Jancso e Andre Lóes.De acordo com os economistas, apesar de, no geral, os protestos terem transcorrido de maneira pacífica, imagens de momentos mais violentos poderiam influenciar a confiança do investidor, especialmente o do exterior, sendo vistas como outra fonte de incerteza sobre as perspectivas de curto e médio prazo para a economia brasileira. "Poderiam começar a pesar sobre alguns preços de ativos daqui para frente."A despeito da manifestação da semana passada ter como mote o aumento das tarifas de ônibus urbano, o banco ressalta que o foco dos protestos realizados nesta segunda-feira em várias partes do Brasil se tornou mais difuso, refletindo um descontentamento mais generalizado da população.Os economistas observam, ainda, que o atual cenário tem dificultado a compreensão de analistas políticos e cientistas sociais em relação ao alcance e as implicações dos protestos. "À medida que os protestos refletem insatisfação e parecem ser geralmente contra o sistema, acreditamos que podem ter impacto negativo sobre os ratings de todos os titulares de cargos de aprovação, em todos os níveis de governo", avalia o documento.

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