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Avanço dos investimentos no Brasil teve impulso do mercado de capitais

No primeiro semestre deste ano, emissão de títulos privados chegou a R$ 158 bilhões, mostra estudo do Ministério da Economia; valor é 90% do emitido em todo o 2020

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

O aumento do financiamento privado para novos investimentos não ocorreu somente pelo setor bancário, mas foi impulsionado também pela expansão do mercado de capitais. As emissões de títulos privados no primeiro semestre deste ano alcançaram R$ 158 bilhões. Esse valor já representa quase 90% das emissões que ocorreram em 2020 e supera em mais de 50% o recorde de títulos emitidos em 2019, segundo o estudo do Ministério da Economia sobre o investimento no País na retomada econômica em curso após a crise da pandemia da covid-19.

A capitalização tem se dado pela abertura do capital das empresas com lançamento de ações na Bolsa de Valores e pelo financiamento privado por meio de debêntures (dívidas de empresas) e outros títulos, além de fundos especializados.

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

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Para o subsecretário de Política Macroeconômica da Secretaria de Política Econômica (SPE), Fausto Araújo Vieira, o aumento expressivo das emissões no primeiro semestre de 2021, quando comparado ao mesmo período de 2020, demonstra a rápida recuperação da economia e o grande potencial de investimento futuro por meio dessas companhias. 

Vieira ressalta que a redução dos juros possibilitou que parte relevante dos investimentos fosse direcionada para ofertas de empresas em 2020. O subsecretário aponta que esse cenário tem ocorrido com forte redução do crédito direcionado dos bancos públicos, como o BNDES. “Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, a forte retração econômica em 2020 não atrapalhou o processo de maior participação do setor privado no financiamento”, diz. 

Para o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, o mercado de capitais mais vibrante do que no passado tem dado fôlego ao aumento dos investimentos. Segundo ele, nas crises anteriores, o juro era alto, o BNDES comandava o “show” e as empresas eram “viciadas” no financiamento do banco de desenvolvimento do governo. Megale diz que, agora, é possível sentir essa mudança no mercado brasileiro. “Estamos sentindo isso aqui na XP, o ritmo de IPOs, a demanda continua firme, isso dá fôlego, e é uma alternativa de financiamento. 

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