PUBLICIDADE

Aversão global a risco eleva dólar a R$1,63

Foto do author Silvio Cascione
Por Silvio Cascione
Atualização:

O medo de um agravamento da crise europeia provocou a alta de mais de 1 por cento do dólar ante o real nesta segunda-feira, para perto do maior nível em um mês e meio. A moeda terminou o dia a 1,632 real para venda, com alta de 1,05 por cento. No mês, o dólar já acumula valorização de 3,75 por cento. No mercado internacional, o dólar subia 0,9 por cento em relação a uma cesta das principais moedas, com o euro no menor nível em dois meses, abaixo de 1,40 dólar. A redução da perspectiva da nota de crédito da Itália, números fracos de atividade na China e na zona do euro e até a ameaça de cancelamentos de voos na Europa por causa de um vulcão na Islândia azedaram o humor dos investidores, que temem pelos próximos meses em meio ao fim do programa de estímulo econômico nos Estados Unidos e à possibilidade de um calote da dívida grega, com repercussões sobre toda a Europa. "Se ocorrer uma revigoração da crise iniciada em 2008, o Brasil de hoje está muito diferente", afirmou Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, em nota. Segundo ele, ao contrário da crise passada, quando o país aumentou os gastos e conseguiu recuperar rapidamente a economia, as atuais condições de atividade e inflação forçariam o governo dessa vez a "jogar na retranca", com impactos maiores sobre os mercados. "Esta não é uma boa temporada para continuar especulando com o real", complementou. Até o momento, os investidores estrangeiros mantinham apostas expressivas na valorização do real. A posição vendida no mercado de dólar futuro e de cupom cambial (DDI) dos não-residentes alcançava 17,4 bilhões de dólares na última sexta-feira, maior nível desde 29 de abril. Para o estrategista da corretora de um banco nacional, que preferiu não ser identificado, "o que está havendo é uma 'reprecificação' do crescimento global." "Quando fica esse cenário mais pessimista, a tendência é uma interrupção do fluxo. Não algo extremo, mas uma menor liquidez", acrescentou.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.