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Avianca critica mudança em regras de Congonhas

Para presidente da aérea, novos critérios de distribuição de horários de pouso e decolagem prejudicam a companhia e aumentam concentração do setor

Por Marina Gazzoni
Atualização:

Os novos critérios de ocupação do aeroporto de Congonhas desagradaram à Avianca. O presidente da empresa, José Efromovich, disse que a regra limita o crescimento da companhia e agravará a concentração de mercado. Pela resolução publicada anteontem, a companhia pode receber novos slots (horários de pouso ou decolagem) em Congonhas, mas receberá menos espaços que a Azul.A resolução do Conselho de Aviação Civil (Conac), publicada ontem no Diário Oficial da União, determina que apenas empresas com menos de 12% de participação em Congonhas e com aviões acima de 90 assentos recebam slots no aeroporto. Na prática, isso habilita apenas Avianca e Azul a disputar os espaços, vetando as líderes TAM e Gol e empresas menores. Há três critérios para entrar no aeroporto: participação de mercado, oferta de voos regionais e eficiência operacional."Apoiamos a resolução e a ideia de abrir o aeroporto de Congonhas para qualquer competidor. Mas não concordamos com os critérios", disse Efromovich. Ele discorda que a participação de mercado da companhia e a oferta de voos regionais sejam considerados na hora de decidir quais companhias aéreas vão ganhar espaços em Congonhas. "A ideia é estimular a competição, mas a regra favorece quem tem mais participação no mercado nacional e regional", disse Efromovich. A Avianca é dona de 7,17% do mercado de voos nacionais e tem 7,26% dos slots em Congonhas. Já a Azul tem 21,36% de mercado e nem 1% dos voos que saem de Congonhas - ela opera apenas uma rota por semana, para o Rio. A Azul, no entanto, é líder em voos regionais e atende cerca de 100 cidades do País, enquanto a Avianca voa para 22 cidades, a maioria capitais. Planos. A Azul deve crescer com a entrada em Congonhas e poderá encomendar novas aeronaves, segundo o diretor de comunicação da empresa, Gianfranco Beting. "Dependendo do número de slots que vamos receber, vamos comprar mais aviões", disse Beting.Segundo ele, a companhia vai utilizar os aviões da Embraer na operação em Congonhas. As recentes encomendas de modelos Airbus e Boeing serão usadas na operação internacional, prevista para começar em dezembro. Beting disse que a empresa aguarda a definição de quantidade e horários de slots que receberá para decidir para quais destinos voará de Congonhas. Ele não quis comentar os critérios estabelecidos pela resolução. "Não é papel da empresa aérea discutir isso, mas cumprir a regra do jogo", disse. "O passageiro é quem mais ganha. Com o aumento da competição, ele terá mais opções e melhores preços em Congonhas;" De acordo com a resolução, a primeira distribuição de slots em Congonhas deverá ser feita pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a partir de 1º de agosto e considerará novos slots. Procurada, a Anac informou que a decisão de quantos slots serão adicionados ao aeroporto ainda não foi tomada e depende da "avaliação da capacidade do aeroporto pelo operador aeroportuário e pelo comando da Aeronáutica". A partir de outubro, a Anac vai fiscalizar as companhias aéreas que operam em Congonhas e poderá retirar os slots das empresas que cancelarem mais de 10% dos voos e tiverem mais de 20% deles com atrasos acima de 30 minutos. Esses horários serão redistribuídos utilizando critérios que beneficiam empresas com menores participações no espaço.O diretor de relações institucionais da Gol, Alberto Fajerman, disse que a empresa já cumpre os critérios de pontualidade e regularidade e não deve perder slots. A TAM disse, em nota, que cumprirá as regras.

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