A Avibrás fechou, em Moscou, parceria com a fabricante dos caças Sukhoi, para fabricá-los no Brasil, caso o consórcio vença a licitação, marcada para maio, para a compra de 24 aviões pela Força Aérea Brasileira, orçada em cerca de US$ 700 milhões. A indústria brasileira de beneficiamento do café, um dos produtos que o Brasil mais exporta para a Rússia, também poderia instalar unidades no país. Os convênios firmados nesta quarta-feira pelo Brasil e a Ucrânia prevêem não só o uso da base espacial de Alcântara por foguetes ucranianos, mas, também, a transferência de tecnologia. É por isso que esse modelo de acordo, que também está sendo buscado com a Rússia, interessa mais ao Brasil do que o simples aluguel da base para foguetes americanos, por exemplo, sem que os cientistas brasileiros tenham acesso à tecnologia usada. Na entrevista coletiva que se seguiu à assinatura dos convênios, o presidente Fernando Henrique Cardoso ressaltou que a Ucrânia, ex-república soviética, é o terceiro país em tecnologia espacial, só perdendo para os Estados Unidos e a Rússia. "Talvez não haja maior convergência entre a Ucrânia e o Brasil", afirmou o presidente, do que no convênio para o uso da base de Alcântara. O Brasil entra com a posição estratégica da base. O presidente ucraniano, Leonid Kuchma, salientou as "vantagens" da base de Alcântara, "situada bem perto do Equador". Isso reduz a distância para a entrada em órbita e, conseqüentemente, o tempo e o consumo de combustível do foguete. "Há no mundo um grande volume de encomendas de lançamentos de foguetes comerciais, envolvendo centenas de milhões de dólares", observou Kuchma.