PUBLICIDADE

Azul chega à terceira posição no mercado

Empresa detém 4,16% do mercado; TAM e Gol veem participação cair

Por Alberto Komatsu
Atualização:

A Azul Linhas Aéreas foi, em maio, a terceira maior empresa aérea do País, quase seis meses após o início de sua operação, em dezembro. Conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a companhia respondeu por 4,16% do fluxo de passageiros transportados no mercado doméstico no mês passado, quando a demanda por voos nacionais recuou 5,47% na comparação com igual período de 2008. Esse é o pior desempenho para o mês de maio desde 2003, quando a taxa ficou negativa em 16,3%. Nos voos internacionais, a queda foi de 5,29%. "Podemos ser terceiro em maio, quarto em junho, ou quinto depois. Isso (participação de mercado) não importa para nós. Estamos felizes porque estamos crescendo e porque nossos passageiros estão gostando do produto", afirma o fundador e presidente do conselho de administração da Azul, David Neeleman. A TAM liderou o setor, com fatia de 44,90%, seguida pela Gol/Varig, com 42,02%. Para o consultor aeronáutico Paulo Bittencourt Sampaio, o principal fator de expansão da Azul foi a oferta de passagens mais em conta. "A Azul está conquistando mercado porque está com uma política muito agressiva de tarifas e tem uma marketing muito bom, mas a empresa está registrando prejuízo", afirma Sampaio. Neeleman, por sua vez, afirma que os resultados da empresa melhoram a cada mês e que o lucro deverá vir nos primeiros meses de 2010. DUOPÓLIO A Azul, a WebJet (3,99%) e a OceanAir (2,88%) integram um bloco intermediário de companhias de médio porte que está tirando participação de mercado do duopólio formado pela TAM e Gol/Varig, lembra Sampaio. Juntas, as duas maiores responderam por 86,92% do fluxo de passageiros transportados no mercado doméstico, sendo que a fatia conjunta era de 94,18% em maio de 2008. "TAM e Gol/Varig perderam 13% do mercado ante maio de 2008, sendo que o bloco intermediário cresceu 167% e a expansão das regionais no mesmo período foi de 22%. Isso mostra que o usuário está rejeitando o duopólio", afirma o consultor. Apesar de o fluxo de passageiros ter registrado quedas tanto no mercado doméstico quanto no internacional, em maio, os dados da Anac mostram que a oferta de assentos cresceu 12,22% e 3,76%, respectivamente. A taxa média de ocupação dos aviões ficou em 59,18% nos voos nacionais, ante 70,26% de maio de 2008. No mercado internacional, o aproveitamento no mês passado foi de 62,35%, sendo que no mesmo período do ano passado havia ficado em 68,31%. "Foi por causa da crise (a queda de demanda), porque em maio não tem feriados. As pessoas viajam mais nessa época a trabalho", avalia Neeleman. Para Sampaio, a retração do mercado doméstico, como consequência da recessão econômica, esteve concentrada na TAM e Gol/Varig. "No momento em que o mercado retraiu, quem sentiu foi o duopólio", acrescenta o consultor.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.