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Bagres não subiram barragem

Segundo usina de Jirau, peixes não usaram sistema construído para eles

Por BRASÍLIA
Atualização:

Ao contrário da maioria dos demais órgãos ambientais, o Ibama acompanha o resultado das condicionantes que impõe. A cada semestre, o empreendedor manda um relatório, que é publicado no site do instituto. Um documento entregue em dezembro passado pela usina hidrelétrica Jirau, por exemplo, informa que, até onde foi possível observar, os bagres não utilizaram os sistemas provisórios de transposição de peixes, instalados na usina para garantir que continuassem suas rotas migratórias mesmo depois das obras.

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Tampouco foram observados, em Jirau, espécimes marcados e soltos nas proximidades da usina Santo Antônio, também no rio Madeira. Ou seja, eles aparentemente não estão subindo o rio.

A equipe chefiada pela bióloga Lisiane Hahn chegou a essa constatação ao monitorar o movimento de 18 peixes marcados, a partir de dez estações de telemetria instalados na usina e a montante (rio acima), além de uma base de monitoramento móvel.

Os exemplares soltos a jusante (rio abaixo) não chegaram ao outro lado, embora haja três estruturas que permitem atravessar a barragem.

O estudo, porém, não é conclusivo. A avaliação dos biólogos é que a amostra é pequena para concluir que realmente não houve passagem. Será necessário ampliar a amostra.

Em Santo Antônio, a situação é um pouco diferente. Os peixes estão atravessando a barragem, por meio de um canal de 900 metros de comprimento e dez de diâmetro, construído na margem direita do rio.

As pesquisas realizadas pela usina indicam também que algumas populações de peixes não fazem uma migração tão longa quanto se pensava. A visão original é que eles nasciam na Bolívia, desciam o rio e, na época de reprodução, faziam o caminho de volta. Há indícios que nem todos são viajantes tão esforçados assim.

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/ L.A.O.

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