PUBLICIDADE

Publicidade

Baixa liquidez impede disparada do dólar na Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

Analistas de mercado não entenderam como a taxa de equilíbrio para as cotações do dólar na Argentina ficou entre 1,60 e 1,80 peso na ponta de venda, neste primeiro dia de negócios após 21 dias de feriado bancário parcial e cambial. "O mercado não está livre", disse Luiz Rabi, economista do BicBanco, estimando para a próxima semana cotações "superiores". Foi a limitação dos saques que segurou as cotações do dólar no patamar de hoje, segundo os analistas. "Não houve um ?overshooting? (alta especulativa) por falta de liquidez no mercado", disse Marcelo Portilho, analista econômico do Bank of America, ponderando que, ao ter o valor dos saques limitados, os argentinos tiveram de honrar compromissos do dia a dia e fazer compras essenciais, não tendo recursos disponíveis para comprar dólares no mercado paralelo. "A falta de liquidez reduz a pressão sobre o câmbio no curto prazo, mas não reverte a tendência de pressão sobre a nova taxa, que será tão mais intensa quanto for a taxa de inflação e a emissão de pesos na economia", ponderaram os economistas do HSBC Bank do Brasil, em seu relatório diário. De acordo com o analista do Bank of America, foi "uma decisão inteligente" do presidente Eduardo Duhalde reabrir os bancos hoje, embora o Banco Central argentino e os bancos tenham defendido a manutenção do feriado até segunda-feira. A medida de Duhalde atendeu às pressões da sociedade, que ameaçou voltar às ruas. Os analistas ouvidos pela AE afirmam que o ceticismo sobre o futuro da Argentina continua inalterado, e os próximos dias serão decisivos para novas avaliações. "Os agentes continuarão cautelosos", disse Portilho. À medida que os importadores argentinos comecem a trabalhar com o câmbio flutuante, ponderou um economista de um banco estrangeiro, o dólar começará a refletir uma tendência mais realista. De resto, segundo os analistas, só há imprevisibilidade, já que ainda não foram definidas as políticas monetária e fiscal do país, nem o Orçamento para este ano. Leia o especial

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.