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Balança comercial tem superávit recorde de US$ 4,7 bi em novembro

No ano, saldo positivo chega a US$ 43,2 bi, também o melhor para o período da série

Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,758 bilhões no mês de novembro, recorde para o período. O montante é resultado de exportações que somaram US$ 16,220 bilhões e importações de US$ 11,463 bilhões. Na quarta semana de novembro (21 a 27) foi registrado um superávit de US$ 2,669 bilhões, reflexo de exportações de US$ 5,527 bilhões e importações de US$ 2,858 bilhões. Na quinta semana (28 a 30), o resultado foi positivo em US$ 214 milhões, com vendas ao exterior de US$ 1,757 bilhão e importações de US$ 1,543 bilhão.

Comércio exterior bate recorde Foto: Itamar Miranda|Estadão

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Para o economista Bruno Lavieri, sócio da 4E Consultoria, o saldo de novembro foi uma surpresa, mas é pontual e não reflete uma tendência. Segundo ele, o montante de exportações "explodiu" na quarta semana devido à exportação de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,9 bilhão, conforme verificado por Lavieri na nota da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Lavieri negou o efeito da depreciação do câmbio após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos na balança comercial de novembro. Ele lembrou que os reflexos de movimentos de moeda só são captados no comércio exterior com uma defasagem de cerca de três meses.

No ano, o resultado é superavitário em US$ 43,282 bilhões, também o melhor resultado para os 11 primeiros meses do ano da série histórica, que tem início em 1989. As exportações somam US$ 169,307 bilhões e importações, US$ 126,025 bilhões. 

Petróleo. Com a queda nos preços do petróleo, aumento das exportações e queda nas importações, as vendas de petróleo ao exterior podem superar as compras em 2016 pela primeira vez na história. De janeiro a novembro, a conta petróleo foi superavitária em US$ 426 milhões. No mesmo período do ano passado, era de déficit de US$ 5,511 bilhões. No ano, as exportações de petróleo bruto aumentaram 12,3%, enquanto as importações caíram 48,1%. 

"Há uma queda significativa no preço de petróleo que impacta as exportações, mas também um aumento no volume de exportações e redução nas importações relacionado com desempenho mais fraco na economia", explica o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Abrão Neto. 

Neto ressaltou que o superávit recorde acumulado na balança comercial até novembro, que é de US$ 43,282 bilhões, reforça a previsão do governo brasileiro de superávit entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões neste ano. O maior superávit já registrado foi em 2006, de 46,5 bilhões. 

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O resultado deste ano, no entanto, é reflexo da queda nas importações (-22%) derivada da atividade mais fraca. Até novembro, as exportações também caíram (-3,3%). "As demandas mundial e doméstica desaquecidas influenciaram nossos desempenhos de exportação e importação. No lado das exportações, há um aumento nas quantidades vendidas, mas, em razão da queda dos preços, temos uma pequena queda no valor", ponderou. 

O secretário avaliou que, mesmo com o discurso protecionista de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, a expectativa é fortalecer o comércio bilateral com o país e continuar com resultados positivos para os dois lados. "As vendas de automóveis para os EUA, por exemplo, crescem a taxas interessantes", ressaltou.

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