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Balança comercial tem superávit recorde para julho, de US$ 6,29 bi

Exportações brasileiras superaram importações em US$ 42,5 bilhões até julho, atingindo o maior patamar para o período desde 1989

Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - As vendas brasileiras ao exterior superaram as importações pelo sexto mês consecutivo em julho e levaram a balança comercial a registrar um resultado recorde de US$ 6,3 bilhões. O resultado dos sete primeiros meses de 2017 alcançou US$ 42,5 bilhões, o maior patamar para o período da série histórica, que tem início em 1989.

A expectativa do governo é que o saldo ultrapasse US$ 60 bilhões no fim deste ano. “É uma expectativa realista e confiável”, disse o secretário do Comércio Exterior, Abrão Neto. Ele afirmou que, se necessária, a projeção poderá ser revista.

Em julho, as exportações somaram US$ 18,769 bilhões Foto: Márcio Fernandes/Estadão

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O bom desempenho das exportações foi puxado principalmente pela melhora dos preços internacionais das commodities e pela super safra brasileira deste ano.

“É um número positivo porque as exportações estão crescendo de forma difusa e importações também crescem refletindo a melhora da atividade econômica”, acredita o economista da GO Associados, Luiz Castelli. “O segundo semestre deve ser um pouco mais fraco em termos de volumes e valores porque a safra dos principais produtos já acabou, mas ainda teremos superávits mensais e um resultado forte no ano.”

De janeiro a julho, foram recordes os volumes vendidos ao exterior de produtos como minério de ferro, soja, petróleo e celulose. Em relação ao valor exportado, foram registrados recordes também na venda de automóveis de passageiros, veículos de carga, carne suína congelada e partes de motores e turbinas de aviação.

O aumento nas exportações nos primeiros sete meses do ano, de 18,7%, é resultado da melhoria nos preços dos produtos, que subiu 15,3%, enquanto as quantidades exportadas cresceram 3,3%. Já as importações cresceram 7,2%, com aumento de 4,1% nos preços e de 2,9% nas quantidades.

Em julho, as exportações somaram US$ 18,8 bilhões (alta de 14,9% ante junho de 2016), e as importações US$ 12,5 bilhões (alta de 6,1%). No mês passado, voltaram a crescer as exportações de carne bovina in natura. As vendas do produto subiram 38% impactadas pelo retorno das vendas para o Egito, que haviam sido suspensas por problemas do país com balanço de pagamentos. No ano, o aumento é de 3,2%.

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Combustíveis. Até julho, houve um aumento de 324% no valor importado de etanol, que somou US$ 667 milhões e 1,3 bilhão de litros. De acordo com o secretário do Comércio Exterior, Abrão Neto, isso foi impactado pelo aumento na demanda interna e pelo preço mais baixo do produto importado. O governo avalia um pedido dos produtores nacionais de aumentar o imposto de importação sobre o etanol para proteger a indústria local. “Não há decisão sobre aumento de imposto de importação sobre etanol”, completou.

Já a conta petróleo, que registra as vendas de petróleo e derivados, registrou superávit de US$ 3,8 bilhões de janeiro a julho, ante US$ 983 milhões no mesmo período de 2016. As exportações de petróleo e derivados somaram US$ 126,5 bilhões de janeiro a julho (+18,7%), enquanto as importações totalizaram US$ 83,965 bilhões (+7,2%).

O secretário atribuiu a melhora ao aumento da produção nacional de petróleo bruto, que foi de 10,4% no primeiro semestre. “Caminhamos para ter o segundo ano consecutivo de superávit na conta petróleo”, acrescentou.

Em relação aos países de destino, a Argentina se manteve pelo terceiro mês como o principal destino das exportações de manufaturados brasileiras.

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