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Bancários de SP decidem pela continuidade da greve

A categoria tem data-base em 1º de setembro e não aceita a proposta de reajuste salarial feita pelos bancos (2,85%). Reivindica aumento de 7,05%

Por Agencia Estado
Atualização:

Assembléia realizada no final da tarde desta sexta-feira pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região decidiu que a categoria permanecerá em greve, por tempo indeterminado, em sua região de abrangência. De acordo com o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, enquanto não for apresentada uma nova proposta de reajuste salarial por parte dos bancos, a greve, iniciada na quinta-feira, dia 5, continuará. "Vamos permanecer em greve até que nossas reivindicações sejam atendidas", disse, em comunicado à imprensa, o dirigente. De acordo com o último balanço do dia feito pelo sindicato, cerca de 40 mil trabalhadores, distribuídos em 555 locais de trabalho, entre agências e centros administrativos, participaram da paralisação nesta sexta-feira, de um total de 106 mil bancários em cerca de 3 mil locais de trabalho. Foram 92 locais parados no centro da capital paulista (11 reabriram à tarde); 51 na região da Avenida Paulista; 165 na zona leste; 84 na zona oeste; 43 na zona sul; 44 na zona norte e 76 na região de Osasco. Oferta dos bancos A categoria tem data-base em 1º de setembro e não aceita a proposta de reajuste salarial feita pelos bancos. Reivindica aumento de 7,05%, além da reposição da inflação, mas a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), ofereceu, até a mais recente rodada de negociação, reajuste de 2,85%, que repõe apenas a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em relação à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), os bancários reivindicam participação de 5% no lucro líquido dos bancos para todos os trabalhadores, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. Do outro lado, as instituições financeiras ofereceram PLR de 80% do salário, mais R$ 816. Nos bancos que tivessem crescimento de 20% ou mais no lucro líquido, haveria adicional de R$ 750. De acordo com informações do sindicato, os trabalhadores tiveram dificuldades durante o dia porque os bancos estariam lançando mão de interditos proibitórios - instrumento jurídico que trata de preservação do patrimônio - para forçar, com o auxílio de policiais, a abertura das agências. Na noite desta sexta-feira, o sindicato informou que conquistou na Justiça liminar que garante o direito de os grevistas permanecerem em frente às agências sem serem molestados por policiais. Os bancários de São Paulo informaram também que dirigentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal continuam negociando com os representantes dos trabalhadores questões específicas dos funcionários desses bancos, como planos de cargos e salários e caixas de assistência, além da participação nos lucros e resultados. Campinas e região Em Campinas, o juiz da 6ª Vara do Trabalho, Flávio Gaspar Salles Vianna, concedeu liminar que garante o direito de greve aos bancários de Campinas, Jaguariúna e Valinhos. No fim da tarde desta sexta-feira, 140 bancários votaram a favor da continuidade da greve na próxima segunda-feira, dia 9. Três bancários (2,1% do quorum da assembléia) se abstiveram de votar. A decisão prevê multa de R$ 50 mil à agência que coagir funcionários a voltarem ao trabalho. Nesta sexta-feira, aproximadamente 4,5 mil dos 9 mil bancários que trabalham em 37 cidades da região pararam de trabalhar. Segundo informou a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Campinas e Região, Sonia Zaia, de 155 agências em greve, 104 ficaram totalmente paradas e 51 foram reabertas por força policial. Sonia informou que os caixas de auto-atendimento funcionaram normalmente. Os aposentados também foram atendidos nas agências em greve. Nenhum funcionário sofreu ameaças ou foi preso na região de Campinas, segundo a sindicalista. Em Jundiaí, um funcionário do sindicato da categoria foi detido por desacato à Polícia Militar, durante intervenção em greve de uma das 24 agências que pararam os trabalhos nesta quinta. Balanço no País Em todo o País, conforme levantamento divulgado à tarde pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), que integra a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e representa cerca de 450 mil bancários, cerca de 185 mil trabalhadores pararam hoje em 24 Estados, além do Distrito Federal, contra os 190 mil de ontem. Segundo a confederação, outras assembléias deverão acontecer durante a noite de hoje para definir a continuidade da greve nos demais Estados.

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