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Bancários fazem ato em frente ao Planalto contra fechamento de agências e PDV

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, Kleytton Moraes, o objetivo do protesto foi 'denunciar à sociedade o ataque que o Banco do Brasil vem sofrendo'

Por Dida Sampaio
Atualização:

BRASÍLIA - Um pequeno grupo de 12 bancários reuniu-se no final da tarde desta quinta-feira, em frente ao Palácio do Planalto, para um ato contra o plano de reorganização do Banco do Brasil, que prevê, entre outras medidas, o fechamento de 112 agências da instituição, além de programas de desligamento. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, Kleytton Moraes, o objetivo do protesto foi "denunciar à sociedade o ataque que o Banco do Brasil vem sofrendo".

"Esse programa de desestruturação, ele fecha unidades do banco Brasil afora, impacta mais de 870 unidades, fecha agências, sobretudo naqueles municípios que só tem uma única agência bancária, um único banco, que é o BB. Portanto, o gestor, a população, os comerciantes, todos ficarão prejudicados das operações que envolvem o banco. O impacto para o município é enorme", afirmou Moraes.

Sindicato dos Bancarios do DF protestamcontra o fechamento de agencias e demissão de funcionários do BB. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O dirigente também critica o PDV anunciado pelo BB, que espera adesão de 5 mil. Segundo ele, a estratégia desenhada gera enormes prejuízos ainda mais nesse momento em que o País tem milhões de desempregados. "O que o sindicato está fazendo, e o sindicato aqui nesse ato representa os trabalhadores do BB, Brasil afora, nós estamos buscando os parlamentares, a academia, buscando o entendimento com tribunais de conta e órgãos de controle para dizer da estupidez desse plano, do despropósito desse plano."

Segundo ele, no ano passado, o BB reformulou cerca de 900 agências e muitas delas agora estão nesse plano de fechamento de unidades. "Que contrassenso. Como você faz investimento, realiza e depois muda e joga fora esse investimento?", questiona. "Há contrassensos, incoerências e só podemos entender isso como parte de um programa que ataca o BB e prepara o banco para a privatização, que é o plano explícito de Paulo Guedes (ministro da Economia)", diz Moraes.

O anúncio do plano pelo BB abriu uma crise no governo e pode levar à demissão do presidente do banco, André Brandão. O presidente Jair Bolsonaro, segundo o Estadão/Broadcast já noticiou, decidiu demiti-lo pelo desgaste provocado com o anúncio, mas Guedes tenta ainda demovê-lo da ideia.

Questionado sobre a intenção do presidente, o dirigente do sindicato afirma que, se Bolsonaro ficou tão surpreso negativamente com o plano, o que se espera é a revogação desse ato. "É chamar Paulo Guedes e dizer: 'olha, acaba com isso'", afirmou.

Moraes disse que os bancários não defendem que o BB fique estático no tempo. Mas que, se for para rediscutir uma estratégia de posicionamento e fortalecimento, que esse debate seja feito com transparência e participação dos funcionários.

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Com relação à baixa adesão ao ato de hoje, ele disse que não houve uma convocatória para o protesto, até mesmo em coerência ao que defende a categoria neste momento de pandemia. "Mantemos a coerência do distanciamento", disse, acrescentando que há também um temor de parte da categoria por retaliação do governo aos participantes em atos e protestos.