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Banco Bear Stearns nega problemas de liquidez

Por Nathália Ferreira
Atualização:

O presidente-executivo do banco de investimentos americano Bear Stearns, Alan Schwartz, afirmou que os rumores sobre problemas de liquidez e capital do banco são falsos, mas reconheceu que as condições voláteis de negociação em certos mercados de crédito estão criando pressões administrativas na hora de fechar operações ou assegurar que os títulos e pagamentos mudem de mão de forma apropriada. Às 14h36 (de Brasília), as ações do banco subiam 2,03% na Bolsa de Nova York. "Nenhuma das especulações é verdadeira", disse Schwartz. "Nossa posição de liquidez não mudou de forma alguma. Nosso balanço não enfraqueceu em nada", completou. É a segunda vez na semana em que ele defende a força do capital e o acesso a recursos do banco. O Bear Stearns é o menor dos cinco maiores bancos de investimento independentes, mas se tornou um dos maiores "empacotadores" e vendedores de títulos atrelados a hipotecas residenciais nos EUA e tem registrado, assim como outros bancos, baixas contábeis de bilhões de dólares por conta desses ativos. Schwartz negou que algumas corretoras e fundos de hedge estejam se recusando a negociar com a instituição por preocupações com as finanças do banco. "Não estamos cientes de alguém que não esteja aceitando nosso crédito como contraparte", disse. Mas ele ponderou que "tem tido muita volatilidade e quebras no mercado e isso está causando alguma pressão administrativamente para fechar alguns negócios". O executivo reconheceu que as condições do mercado de crédito permanecem complicadas e afirmou que os rumores de liquidez do Bear estão exacerbando as coisas. "Parte do problema é que, quando a especulação começa em um mercado que tem muita emoção - e as pessoas têm preocupações com a volatilidade -, as pessoas vendem primeiro e perguntam depois", disse Schwartz. Nos últimos nove meses, o Bear Stearns sofreu seu primeiro prejuízo trimestral, o que forçou o co-presidente Warren Spector a renunciar, e viu o chairman e presidente-executivo James Cayne desistir do cargo em meio a notícias que questionavam suas habilidades de gerenciamento. Os eventos seguiram o colapso de dois fundos de hedge com investimentos em hipotecas subprime (de alto risco) no ano passado, o que provocou um congelamento mundial nos mercados de crédito e continuou prejudicando a lucratividade do Bear Stearns. O Bear Stearns irá divulgar lucro quando anunciar os resultados do primeiro trimestre fiscal, no dia 20 de março, afirmou Schwartz, acrescentando que está "confortável" com a variação das estimativas dos analistas. Projeções de 15 analistas variam de alta de US$ 1,61 por ação a prejuízo de US$ 0,46, segundo a Thomson Financial. No primeiro trimestre de 2007, o Bear Stearns lucrou US$ 3,82 por ação, considerando o período de dezembro ao fim de fevereiro. As informações são da Dow Jones.

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