Dos 20 maiores bancos do Brasil e dos Estados Unidos, os quatro brasileiros incluídos são os mais rentáveis, segundo um estudo da Economática. Na primeira posição está o Itaú, com rentabilidade de 16,03%, seguido por Bradesco (15,37%), Unibanco (13,72%) e Banco do Brasil (11,5%), este com a menor rentabilidade entre as instituições brasileiras classificadas. Nos demais 16 bancos da lista, todos americanos, a rentabilidade varia de 9,71% a 2,24%. Segundo Einar Rivero, coordenador da Economática, o levantamento considerou todos os bancos americanos e brasileiros que já apresentaram o balanço do primeiro semestre. Entre os americanos, deixou de ser considerado o Bank of New York, que ainda não divulgou os dados do período. Para cada banco foi verificada a rentabilidade sobre o patrimônio. Para o cálculo, o estudo considerou o lucro da instituição no primeiro semestre e o patrimônio líquido (média entre os valores em dezembro de 2006 e junho de 2007). Após essa etapa, foram selecionados os 20 maiores por ativos totais e o grupo de bancos foi ordenado pelo critério de rentabilidade. Na safra de balanços de bancos do primeiro semestre, o Itaú apresentou o maior lucro, de R$ 4,016 bilhões - 35,8% maior que o resultado do primeiro semestre de 2006 -, seguido pelo Bradesco, com R$ 4,007 bilhões - 27,9% superior ao lucro do primeiro semestre de 2006. O Banco do Brasil teve lucro de R$ 2,477 bilhões e o Unibanco, de R$ 1,422 bilhões. Os próprios bancos creditam o desempenho ao bom momento da economia nacional, que favorece as operações de crédito. Essas operações estão atraindo boa parte dos recursos que antes eram aplicados em títulos do governo. O presidente do Banco do Brasil (BB), Antonio Francisco de Lima Neto, destacou ontem que, no primeiro semestre, as receitas com operações de crédito já deram uma contribuição maior para o lucro que os ganhos com a transação de títulos públicos. Num ambiente de queda da taxa básica de juros (Selic), hoje em 11,5% ao ano, e estabilidade econômica, os bancos puderam reduzir juros e alongar prazos. O aumento da renda da população e a necessidade de investimentos pelas empresas, em especial das pequenas e médias, proporcionaram o crescimento das carteiras de crédito. Além disso, ressaltaram os bancos na apresentação de seus resultados, a expansão do crédito está ocorrendo com índices estáveis de inadimplência, o que torna a operação mais lucrativa. Analistas afirmam também que a lucratividade aumentou porque os bancos tiveram ganho de escala nas operações de crédito. Isso, eles dizem, fica claro porque, na intermediação financeira, as receitas subiram mais que as despesas.