PUBLICIDADE

Banco Central Europeu dá 1º passo em saída de estímulos

BCE sinalizou que empréstimos de um ano a bancos não serão repetidos em 2010; juro é mantido em 1%

Por MARC JONES
Atualização:

O Banco Central Europeu (BCE) deu o primeiro passo para retirar as medidas extraordinárias de suporte à economia da zona do euro, ao sinalizar nesta quinta-feira, 5, que os empréstimos de um ano a bancos não serão repetidos em 2010. O BCE manteve a taxa de juro em 1% pelo sexto mês seguido e o presidente da instituição, Jean-Claude Trichet, prometeu anunciar em dezembro uma decisão sobre as demais políticas do banco central de injeção de recursos baratos no mercado.

 

Veja também:

PUBLICIDADE

Mais otimismo sobre crescimento

Até a reunião do próximo mês, o BCE terá atualizado suas projeções econômicas e as primeiras estimativas para 2011, período crucial para as decisões de política monetária atuais. Trichet disse que é necessário cautela sobre as perspectivas econômicas, mas afirmou que as taxas de crescimento entrarão em território positivo antes do final do ano. "Os últimos dados continuam a sinalizar uma melhora na atividade econômica no segundo semestre deste ano", disse. "O conselho (do BCE) expera que a economia da zona do euro se recupere em 2010 de forma gradativa, reconhecendo que os prognósticos continuam sujeitos a elevada incerteza", completou. A atividade manufatureira da zona do euro cresceu em outubro pela primeira vez em 17 meses, enquanto o setor de serviços teve a expansão mais rápida em quase dois anos. Tudo isso tem impulsionado expectativas de que o bloco composto por 16 nações voltou a crescer no terceiro trimestre. A inflação permaneceu negativa em outubro, em -0,1%, mas Trichet espera que retorne ao campo positivo nos próximos meses e que continue moderadamente positiva no horizonte relevante para a política monetária. A Comissão Europeia elevou na terça-feira a estimativa de crescimento para o próximo ano, a 0,7%, e vê aceleração para 1,5% em 2011, após recuo de 4% neste ano. "Os comentários sobre a perspectiva de crescimento soaram levemente mais otimistas e confirmam nossa visão de que o banco central está gradualmente se aproximando do início de sua estratégia de saída da atual política muito expansionista", afirmaram estrategistas de câmbio da Action Economics. Muitos políticos veem o fortalecimento do euro como uma ameaça à recuperação. A moeda avançou 16% ante o dólar nos últimos oito meses e cerca de 3,5% considerando o cálculo ponderado por operações, método preferido pelo BCE. Trichet partilha da postura adotada pelo G7, dizendo que excessiva volatilidade tem implicações adversas. Ele também pediu que a China e outras nações asiáticas emergentes permitam que suas moedas se apreciem.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.